O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscovo retirou o seu exército de Kyiv, no ano passado, porque lhe foi "pedido que o fizesse para criar condições" para a assinatura de um tratado de paz com a Ucrânia.
"Na verdade, um esboço deste tratado foi acordado, mas após a retirada das nossas tropas de Kyiv - e de nos ter sido pedido que fizessemos isso para criar condições para a conclusão de um tratado final - as autoridades de Kyiv abandonaram todos os acordos anteriores. Não vou falar sobre os detalhes do que combinamos agora, provavelmente, isso não será muito correto", afirmou Putin, durante uma reunião com os líderes africanos na segunda cimeira Rússia-África, que decorreu na sexta-feira, citado pelo jornal digital Ukrainska Pravda.
O presidente russo acrescentou ainda que "a Ucrânia obteve a sua independência aquando do colapso da URSS [União Soviética]" com a condição de "a Ucrânia ser um Estado neutro". "Isto é de importância fundamental para nós", afirmou.
A abordagem da missão africana em relação à Ucrânia reflete o plano de paz da China, sublinhou ainda Putin. "Levamos estas propostas a sério e com grande atenção", frisou.
Recorde-se que este mês, Putin já tinha afirmado que os russos se tinham retirado da capital ucraniana "para criar condições para as negociações", como um "gesto de boa vontade"
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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