Rússia recebeu cerca de 30 propostas para paz, mas não tinham "valor"
Maria Zakharova salientou que, mesmo quando o governo russo considerava que as propostas "dificilmente trariam algum valor", concedeu "sempre essa hipótese aos parceiros".
© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, adiantou, no âmbito da segunda cimeira Rússia-África, que o país recebeu cerca de 30 propostas para colocar um ponto final no conflito com a Ucrânia que, apesar de não terem "valor", foram consideradas.
"Estamos gratos a todos. Foram muitas as iniciativas. Creio que há um mês já eram cerca de 30 [as propostas] que foram feitas por figuras públicas através de canais estatais ou de forma privada", disse, citada pela agência russa TASS.
A responsável salientou que, mesmo quando o governo russo considerava que as propostas "dificilmente trariam algum valor", concedeu "sempre essa hipótese aos parceiros".
Por outro lado, Zakharova realçou que, em abril de 2022, “o regime de Kyiv retirou-se das negociações”.
“Aconteceram várias rondas e, depois, pararam de responder aos documentos e materiais que enviámos a seu pedido. […] E, em setembro, eles próprios foram legalmente proibidos de negociar com o nosso país”, denunciou.
Ainda assim, Zakharova agradeceu as tentativas por parte dos países africanos para resolver o conflito com a Ucrânia.
“Estamos extremamente gratos aos nossos amigos africanos por valorizarem a paz e quererem fazer tudo ao seu alcance, mesmo sem serem participantes deste drama, e terem o coração aberto para entender o que [a guerra] pode originar a nível global, e já está a originar”, disse.
A proposta de paz dos Estados africanos, que estará a ser analisada pelo presidente russo, Vladimir Putin, foi apresentada em junho, após uma delegação liderada pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, ter visitado Kyiv e Moscovo.
A iniciativa consiste em 10 pontos, entre os quais a desescalada do conflito, o fim da guerra por meios diplomáticos, o reconhecimento das soberanias de acordo com a Carta da Organização das Nações Unidas, e as garantias de segurança e liberdades dos navios de cereais que navegam pelo mar Negro.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.287 civis desde o início da guerra e 25.671 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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