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Níger. UE só reconhece autoridade de presidente Bazoum

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou hoje o "inaceitável golpe militar perpetrado" no Níger e insistiu que a União Europeia (UE) apenas reconhece a autoridade de Mohamed Bazoum, o presidente nigerino eleito democraticamente.

Níger. UE só reconhece autoridade de presidente Bazoum
Notícias ao Minuto

10:17 - 31/07/23 por Lusa

Mundo Níger

"A UE associa-se às firmes condenações expressas pelos chefes de Estado da sub-região contra o inaceitável golpe militar perpetrado no Níger", sustentou o alto-representante da União para os Negócios Estrangeiros, em comunicado.

Josep Borrell acrescentou que para os 27 Mohamed Bazoum, "eleito democraticamente, continua a ser o único chefe de Estado do Níger" e "qualquer autoridade que não seja a sua própria não pode ser reconhecida".

Por isso, a União Europeia insistiu que o Presidente tem de "recuperar, sem demoras e sem condicionantes, a liberdade e plenitude do seu cargo".

Bruxelas também está ao lado das decisões da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na sequência do golpe militar "vai apoiá-las rapidamente e de maneira resoluta".

Borrell rejeitou "qualquer acusação de interferência estrangeira" e apontou que "é importante que a vontade da população do Níger", expressa nas eleições, seja respeitada.

"Responsabilizaremos os golpistas por quaisquer ataques à população, funcionários ou instalações diplomáticas", finalizou o alto-representante da UE para a diplomacia.

O presidente nigerino foi afastado do cargo na noite de 26 de julho por militares e acabou detido no palácio presidencial.

Os militares, que compõem o autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, anunciaram nessa mesma noite, através da televisão estatal, a demissão do chefe de Estado e o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres, conversou com o Presidente nigerino e manifestou-lhe apoio e solidariedade.

É a segunda vez que uma ação militar do género surge neste país de África, depois de uma tentativa falhada no final de março de 2021, a dois dias da tomada de posse de Mohamed Bazoum.

A comunidade internacional uniu-se na condenação do golpe militar e alertou para o aumento da instabilidade naquela região africana, com vários países governados por regimes antidemocráticos e tensões cada vez maiores por causa do extremismo islâmico.

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