Níger. UE só reconhece autoridade de presidente Bazoum
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou hoje o "inaceitável golpe militar perpetrado" no Níger e insistiu que a União Europeia (UE) apenas reconhece a autoridade de Mohamed Bazoum, o presidente nigerino eleito democraticamente.
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Mundo Níger
"A UE associa-se às firmes condenações expressas pelos chefes de Estado da sub-região contra o inaceitável golpe militar perpetrado no Níger", sustentou o alto-representante da União para os Negócios Estrangeiros, em comunicado.
Josep Borrell acrescentou que para os 27 Mohamed Bazoum, "eleito democraticamente, continua a ser o único chefe de Estado do Níger" e "qualquer autoridade que não seja a sua própria não pode ser reconhecida".
Por isso, a União Europeia insistiu que o Presidente tem de "recuperar, sem demoras e sem condicionantes, a liberdade e plenitude do seu cargo".
Bruxelas também está ao lado das decisões da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na sequência do golpe militar "vai apoiá-las rapidamente e de maneira resoluta".
Borrell rejeitou "qualquer acusação de interferência estrangeira" e apontou que "é importante que a vontade da população do Níger", expressa nas eleições, seja respeitada.
"Responsabilizaremos os golpistas por quaisquer ataques à população, funcionários ou instalações diplomáticas", finalizou o alto-representante da UE para a diplomacia.
O presidente nigerino foi afastado do cargo na noite de 26 de julho por militares e acabou detido no palácio presidencial.
Os militares, que compõem o autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, anunciaram nessa mesma noite, através da televisão estatal, a demissão do chefe de Estado e o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres, conversou com o Presidente nigerino e manifestou-lhe apoio e solidariedade.
É a segunda vez que uma ação militar do género surge neste país de África, depois de uma tentativa falhada no final de março de 2021, a dois dias da tomada de posse de Mohamed Bazoum.
A comunidade internacional uniu-se na condenação do golpe militar e alertou para o aumento da instabilidade naquela região africana, com vários países governados por regimes antidemocráticos e tensões cada vez maiores por causa do extremismo islâmico.
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