Intervenção militar no Níger seria "declaração de guerra" noutros países

Uma intervenção militar no Níger para restaurar o presidente eleito Mohamed Bazoum, derrubado por um golpe, seria considerada "uma declaração de guerra contra Burkina Faso e Mali", segundo comunicado conjunto hoje dos governos de Ouagadougou e Bamako.

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Lusa
31/07/2023 23:20 ‧ 31/07/2023 por Lusa

Mundo

Níger

Os dois governos, nascidos de golpes de estado, "advertem que qualquer intervenção militar contra o Níger equivaleria a uma declaração de guerra contra o Burkina Faso e o Mali", um dia depois de uma ameaça de uso de "força" por líderes da África Ocidental reunidos em Abuja, a capital da Nigéria.

Os dois governos "advertem que qualquer intervenção militar contra o Níger conduziria à retirada do Burkina Faso e do Mali da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), bem como à adoção de medidas de autodefesa em apoio às forças armadas e ao povo do Níger".

No comunicado, "alertam contra as consequências desastrosas de uma intervenção militar no Níger que pode desestabilizar toda a região" e acrescentam que "se recusam a aplicar" as "sanções ilegais, ilegítimas e desumanas contra o povo e as autoridades do Níger" decididas em Abuja.

No domingo, os líderes da CEDEAO estabeleceram um ultimato de uma semana à junta militar no Níger para um "retorno total à ordem constitucional", dizendo que não descartam o "uso da força", e decidiram "suspender todas as transações comerciais e financeiras" entre os estados membros e o Níger e congelar os bens dos militares envolvidos no golpe.

Em comunicado separado, a Guiné, cujo governo também é fruto de um golpe de estado, "manifesta o seu desacordo com as sanções recomendadas pela CEDEAO, incluindo a intervenção militar" e que "decidiu não aplicar essas sanções que 'considera ilegítimas e desumanas".

Leia Também: Níger. França desmente uso de meios letais contra manifestantes

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