Ex-primeiro-ministro do Paquistão recorre de condenação por corrupção

A defesa do ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan apresentou hoje em tribunal recurso da sua condenação por corrupção, que o sentenciou a três anos de prisão e à inabilitação política por cinco anos.

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Lusa
08/08/2023 10:10 ‧ 08/08/2023 por Lusa

Mundo

Paquistão

Imran Khan, primeiro-ministro até abril de 2022 e líder do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), na oposição, foi condenado por não divulgar a quantidade de dinheiro que ganhou com a venda de presentes recebidos durante seu mandato como primeiro-ministro.

Khan também foi acusado de terrorismo e de incitamento à violência durante os violentos protestos de maio, em que os seus seguidores atacaram instalações governamentais e militares em todo o país.

A condenação acontece numa altura em que o país se prepara para eleições gerais.

O recurso apresentado no Tribunal Superior de Islamabad pela equipa jurídica de Khan argumenta que o ex-primeiro-ministro está "magoado e insatisfeito" com a sentença, em cumprimento da qual foi detido no sábado na sua residência na cidade de Lahore.

Os advogados de Khan pediram ainda a transferência do ex-primeiro-ministro para uma prisão de "classe A", alegando que o político estava ser maltratado na prisão e ocupava em um quarto muito pequeno, sem instalações sanitárias.

Khan, um antigo jogador de críquete que se tornou político, assumiu a liderança da oposição depois de ter sido destituído em abril do ano passado na sequência de uma moção de desconfiança promovida pelo atual primeiro-ministro, Shehbaz Sharif.

O antigo primeiro-ministro acusou abertamente o exército paquistanês de o ter detido e tentado impedir de regressar ao poder nas eleições gerais previstas para o final do ano.

Khan enfrenta mais de 150 processos, que, segundo ele, têm por objetivo mantê-lo fora da corrida eleitoral.

Esta é a segunda vez que o líder da oposição é detido desde a sua saída do governo. A primeira detenção, em meados de maio, terminou dias depois, no meio de uma intensa agitação social no país.

A violência só diminuiu depois de Khan ter sido libertado por ordem do Supremo Tribunal do Paquistão. Desde então, pelo menos 10 pessoas morreram em confrontos entre apoiantes de Khan e a polícia, que prendeu mais de 5.000 pessoas relacionadas com os tumultos. 

A maioria foi libertada sob fiança enquanto aguarda julgamento.

Leia Também: Imran Khan condenado a três anos de prisão por corrupção

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