Em comunicado, o Partido Nigerino para a Democracia e o Socialismo (PNDS-Tarayya), no poder, acusa os golpistas de "imporem condições de vida drásticas, cruéis e desumanas" a Bazoum, que se encontra detido no palácio presidencial de Niamey e que, até à data, se recusou demitir do cargo.
"O Presidente da República e a sua família estão a viver um calvário indescritível", lê-se na nota, que refere que há uma semana que Bazoum não tem eletricidade no local onde está detido, queixa-se de não ter água e "há cinco dias que não tem alimentos frescos nem recebe a visita do seu médico".
O partido do governo atribuiu a responsabilidade da situação ao líder do golpe, general Abdourahamane Tiani, que dirige o autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).
"O comité executivo nacional do PNDS-Tarayya apela à comunidade internacional para que intervenha para evitar o pior", defende o partido, que apelou igualmente a uma mobilização geral em todo o Níger para "salvar o Presidente da República das torturas de que ele e a sua família são vítimas".
O Níger vive uma crise política desde que o CNSP protagonizou um golpe de Estado e anunciou a destituição de Bazoum e a suspensão da Constituição.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem agendada para quinta-feira, em Abuja, uma cimeira extraordinária para analisar a situação no Níger, estando em cima da mesa a possibilidade de recorrer à força, depois de os golpistas não terem respeitado o ultimato de uma semana imposto pelo bloco regional para a reposição da legalidade constitucional.
O prazo dado pela CEDEAO terminou no domingo.
Um conselheiro de Bazoum, citado pela AP, disse que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, falou com Bazoum na terça-feira sobre os recentes esforços diplomáticos.
Na conversa, Blinken "enfatizou que a segurança e a proteção do Presidente Bazoum e da sua família são fundamentais", acrescentou o conselheiro, que solicitou o anonimato por razões de segurança.
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