Zelensky exonera funcionários de serviços de recrutamento por corrupção
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje que todos os chefes dos serviços regionais de recrutamento da Ucrânia serão demitidos devido ao alto número de casos de corrupção aí existentes.
© Yan Dobronosov/Global Images Ukraine via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"O sistema deve ser gerido por pessoas que sabem exatamente o que é a guerra e porque o cinismo e o suborno em tempo de guerra são traição", disse Zelensky na rede social Telegram, denunciando casos que permitiram a recrutas escapar ao exército.
"Enriquecimento ilícito, legalização de fundos obtidos ilegalmente, lucros ilícitos, transporte ilegal de recrutas através da fronteira. A nossa solução: demitimos todos os comissários militares", anunciou Zelensky, na sequência de um inquérito anticorrupção.
O Presidente ucraniano afirmou que tinham sido iniciadas 112 investigações criminais na sequência de uma inspeção efetuada pelos organismos anticorrupção da Ucrânia, os serviços de segurança (SBU) e o Ministério Público.
"Há abusos em várias regiões. Donetsk, Poltava, Vinnytsia, Odessa, Kyiv", denunciou, apelando ao comandante-chefe das forças armadas, Valery Zalouzhny, para que substitua os funcionários demitidos por veteranos da guerra iniciada pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022.
Na sua opinião, o recrutamento militar deve ser organizado por "soldados que estiveram na frente de batalha ou que já não podem estar nas trincheiras por terem perdido a saúde ou um membro".
Zelensky prometeu punir os responsáveis pela corrupção e apelou aos outros para "irem para a frente" de combate se quisessem "manter as suas divisas e provar a sua dignidade".
No final de julho, as autoridades ucranianas anunciaram a detenção de um antigo comissário do exército, cujas responsabilidades incluíam a mobilização, por suspeita de ter comprado uma vivenda por cerca de quatro milhões de euros em Espanha, durante a invasão russa da Ucrânia.
A luta contra a corrupção, um mal endémico na Ucrânia, que já era um dos países mais pobres da Europa antes da invasão russa, é uma das condições impostas pela União Europeia (UE) para que Kyiv continue a ser candidato à organização.
Desde o início do ano, os organismos anticorrupção do país revelaram dois casos de grande visibilidade.
Em maio, o presidente do Supremo Tribunal foi preso e detido no âmbito de um processo de corrupção que envolveu 2,7 milhões de dólares (2,5 milhões de euros).
Em janeiro, um caso relacionado com fornecimentos do exército levou a uma série de demissões em ministérios, regiões e no sistema judicial do país.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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