Recursos militares ucranianos estão "praticamente esgotados", diz Moscovo
O ministro da Defesa russo afirmou hoje que os recursos do exército ucraniano estão quase esgotados, numa altura em que Kyiv está a realizar uma contraofensiva, iniciada em junho, para retomar territórios ocupados por Moscovo.
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Mundo Guerra na Ucrânia
Ao intervir numa conferência internacional de segurança em Moscovo, Serguei Shoigu disse que Kyiv não está a conseguir "quaisquer resultados", apesar do "apoio total" do Ocidente.
"Os recursos militares ucranianos estão praticamente esgotados", afirmou Shoigu citado pela agência francesa AFP.
Os aliados ocidentais têm fornecido armamento à Ucrânia para combater a invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Shoigu disse que as armas ocidentais não têm "nada de único ou invulnerável" para as tropas de Moscovo.
"Estamos prontos a partilhar as nossas avaliações sobre os pontos fracos do equipamento ocidental", disse a uma plateia de líderes militares de vários países.
A 11.ª Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional, organizada pelo exército russo perto da capital, recebe oficialmente mais de 800 convidados de 76 países, mas nenhum do Ocidente.
Shoigu acusou o Ocidente de provocar conflitos em todo o mundo, agravando a situação em torno do conflito entre a China e Taiwan, recorrendo a métodos que utilizou na questão da Ucrânia.
Moscovo tenciona reforçar ainda mais a cooperação militar com os países da região Ásia-Pacífico, incluindo a Coreia do Norte, disse Shoigu, citado pela agência oficial russa TASS.
A Rússia vai também expandir a cooperação militar com países africanos, que "devem ter forças armadas modernas, treinadas e bem equipadas, capazes de responder de forma independente aos desafios e ameaças à sua própria segurança", afirmou.
Shoigu também acusou a Ucrânia de usar o acordo de exportação de cereais através do Mar Negro como cobertura para armazenar equipamento militar nas zonas portuárias, tese que justificaria os recentes bombardeamentos contra cidades como Odessa.
Shoigu afirmou que os aliados ocidentais estavam conscientes destes factos e lamentou que a ONU não os tenha sequer considerado ao pedir a extensão do pacto de exportação, segundo a agência espanhola Europa Press.
Em meados de julho, a Rússia rompeu o acordo, que estava em vigor há mais de um ano, e desde então tem efetuado vários bombardeamentos em zonas que estavam protegidas há meses.
As Nações Unidas, que negociaram os acordos com a Ucrânia, a Rússia e a Turquia, têm apelado para a renovação dos pactos para evitar os efeitos da guerra na segurança alimentar.
O ministro da Defesa admitiu que a ofensiva na Ucrânia se revelou um "teste duro" para o exército russo, mas referiu que a Rússia conseguiu aumentar significativamente a produção de veículos blindados.
A conferência insere-se numa feira da indústria da defesa da Rússia que se realiza até domingo.
A empresa estatal Rostec disse que o fórum apresentará os mais recentes sistemas de artilharia russos, que tiveram em conta a experiência da guerra na Ucrânia e as características do equipamento da NATO apreendido às forças ucranianas.
Moscovo antecipou que serão assinados no fórum contratos no valor de mais de 433 mil milhões de rublos (4,1 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
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