"No domingo, o banco central da Líbia anunciou a finalização da sua reunificação como instituição unitária e soberana. A UE, também na qualidade de copresidente do grupo de trabalho económico do Comité Internacional de Acompanhamento para a Líbia, congratula-se com esta evolução e com o empenho dos dirigentes do banco central em trabalhar no sentido de dar resposta ao impacto de quase uma década de divisão desta instituição financeira crucial", refere a diplomacia comunitária em comunicado.
Na nota informativa assinada pelo porta-voz do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança Política lê-se também que, para o bloco comunitário, "a reunificação das sucursais do banco central é um passo crucial para uma Líbia unida, estável e próspera".
"Cabe agora a todas as partes interessadas tirar partido desta conquista para concluir com êxito as conversações em curso mediadas pelas Nações Unidas com o objetivo de identificar uma solução política inclusiva e sustentável para o país, liderada pela Líbia e detida por este país, através de eleições nacionais", adianta o porta-voz de Josep Borrell.
A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso no caos político e de segurança desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011.
No domingo, o banco central da Líbia anunciou a sua reunificação depois de uma divisão de quase uma década devido à longa guerra civil que deu origem a duas administrações, no leste e no oeste do país.
Num curto comunicado, o banco central informou que se tornou numa "instituição soberana unificada", depois de uma reunião na capital, Tripoli, entre o governador, Sadiq al-Kabir, e o seu adjunto no leste do país, Marai Rahil.
A instituição disse que a reunião coroou os esforços das duas partes e marcou a unificação do banco.
Segundo o comunicado, Al-Kabir e Rahil afirmaram que iriam prosseguir os esforços para resolver as repercussões da divisão ocorrida durante anos e não deram mais pormenores.
O banco é o repositório de milhares de milhões de dólares em receitas petrolíferas e reservas estrangeiras, provenientes da exportação de petróleo, uma das principais atividades económicas do país.
Em 2014, o banco dividiu-se seguindo a fratura política nacional, com a sede da instituição, reconhecida internacionalmente, em Tripoli, enquanto uma sucursal oriental aliada ao poderoso comandante militar Khalifa Hifter foi instalada na cidade de Bengasi.
O anúncio de domingo ocorreu 19 meses depois de o banco ter iniciado o processo de reunificação, liderado pela consultora Deloitte, que está também encarregue da contabilidade do banco central.
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