Reunificar banco central da Líbia "é crucial" para estabilidade, diz UE

A diplomacia da União Europeia (UE) disse hoje ver a reunificação do banco central da Líbia, após quase uma década de divisão, como "um passo crucial", acreditando que esta operação beneficiará a estabilidade do país.

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Lusa
21/08/2023 17:20 ‧ 21/08/2023 por Lusa

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Líbia

"No domingo, o banco central da Líbia anunciou a finalização da sua reunificação como instituição unitária e soberana. A UE, também na qualidade de copresidente do grupo de trabalho económico do Comité Internacional de Acompanhamento para a Líbia, congratula-se com esta evolução e com o empenho dos dirigentes do banco central em trabalhar no sentido de dar resposta ao impacto de quase uma década de divisão desta instituição financeira crucial", refere a diplomacia comunitária em comunicado.

Na nota informativa assinada pelo porta-voz do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança Política lê-se também que, para o bloco comunitário, "a reunificação das sucursais do banco central é um passo crucial para uma Líbia unida, estável e próspera".

"Cabe agora a todas as partes interessadas tirar partido desta conquista para concluir com êxito as conversações em curso mediadas pelas Nações Unidas com o objetivo de identificar uma solução política inclusiva e sustentável para o país, liderada pela Líbia e detida por este país, através de eleições nacionais", adianta o porta-voz de Josep Borrell.

A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso no caos político e de segurança desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011.

No domingo, o banco central da Líbia anunciou a sua reunificação depois de uma divisão de quase uma década devido à longa guerra civil que deu origem a duas administrações, no leste e no oeste do país.

Num curto comunicado, o banco central informou que se tornou numa "instituição soberana unificada", depois de uma reunião na capital, Tripoli, entre o governador, Sadiq al-Kabir, e o seu adjunto no leste do país, Marai Rahil.

A instituição disse que a reunião coroou os esforços das duas partes e marcou a unificação do banco.

Segundo o comunicado, Al-Kabir e Rahil afirmaram que iriam prosseguir os esforços para resolver as repercussões da divisão ocorrida durante anos e não deram mais pormenores.

O banco é o repositório de milhares de milhões de dólares em receitas petrolíferas e reservas estrangeiras, provenientes da exportação de petróleo, uma das principais atividades económicas do país.

Em 2014, o banco dividiu-se seguindo a fratura política nacional, com a sede da instituição, reconhecida internacionalmente, em Tripoli, enquanto uma sucursal oriental aliada ao poderoso comandante militar Khalifa Hifter foi instalada na cidade de Bengasi.

O anúncio de domingo ocorreu 19 meses depois de o banco ter iniciado o processo de reunificação, liderado pela consultora Deloitte, que está também encarregue da contabilidade do banco central.

Leia Também: Banco central da Líbia anuncia reunificação e acaba com divisão de década

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