A Ucrânia, que recorreu ao mais alto tribunal da ONU pouco depois do início da ofensiva das forças russas, acusa a Rússia de ter utilizado indevidamente alegações de genocídio no leste da Ucrânia para justificar a sua invasão, e de ter sido o próprio país vizinho a planear um genocídio.
Em março de 2022, os juízes do TIJ ordenaram urgentemente a Rússia a suspender as suas operações militares em curso na Ucrânia.
Num comunicado divulgado hoje, o tribunal com sede em Haia referiu que "realizará audiências públicas sobre as objeções preliminares levantadas pela Federação Russa".
A Rússia apresentará as suas objeções dia 18 de setembro, e a Ucrânia desenvolverá os seus argumentos no dia seguinte.
Dois dias depois, 32 países, todos aliados ocidentais da Ucrânia, poderão intervir.
Em junho, o TIJ autorizou os 32 países a intervirem ao lado da Ucrânia neste caso.
No entanto, o tribunal rejeitou o pedido dos Estados Unidos.
As intervenções dos aliados centram-se principalmente na jurisdição do TIJ sobre o caso, uma decisão judicial pode levar meses ou até anos.
Uma segunda apresentação de argumentos ocorrerá nos dias 25 e 27 de setembro.
Kiev acusou a Rússia de fazer referência à convenção da ONU sobre genocídio quando afirmou, no início da guerra, que invadiu a Ucrânia para acabar com o que disse ser genocídio nas regiões pró-russas do leste da Ucrânia.
Moscovo já evitou as audiências, afirmando numa declaração escrita que o TIJ não tem jurisdição no caso porque o pedido de Kiev está fora do âmbito da Convenção sobre Genocídio de 1948.
A ordem do TIJ a instar a Rússia a suspender a sua ofensiva foi apenas uma decisão preliminar, enquanto se aguarda uma decisão sobre se é da sua jurisdição.
O TIJ foi criado após a Segunda Guerra Mundial para resolver disputas entre os Estados-membros da ONU.
As suas decisões são vinculativas, mas não dispõe de meios para as fazer cumprir.
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