O anúncio foi feito pela Comissão Nacional de Primárias (CNP), sublinhando esperar que "estes defensores do voto e da democracia" se aproximem dos venezuelanos "que querem recuperar a esperança de que é possível conseguir uma mudança política, pela via eleitoral".
"Instamos cada comando de campanha a promover as propostas dos seus porta-estandartes com atividades e discursos baseados no respeito e na convicção de que todas as visões são necessárias para a construção da Venezuela que todos queremos", explicou a CNP em comunicado.
No documento, a CNP reiterou atuar "com a convicção de que o voto é o mecanismo através do qual os cidadãos resolvem as suas diferenças numa sociedade democrática".
"A deliberação franca, o debate aberto e as liberdades de expressão, associação e participação definem o ambiente próprio de uma eleição democrática", sublinha-se.
Na campanha eleitoral para as primárias opositoras participam Andrés Caleca (ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral), Andrés Velásquez, Carlos Prosperi, César Almeida, César Pérez Vivas, Delsa Solórzano, Freddy Superlano, Glória Pinho, Henrique Capriles Radonski, Luís Farías, Maria Corina Machado, Roberto Henríquez e Tamara Adrián.
Andrés Caleca, economista, professor, e ex-presidente do CNE, quer resgatar a confiança dos venezuelanos no sistema eleitoral venezuelano, e insistiu que é preciso derrotar a abstenção porque "só beneficia o chavismo".
Andrés Velásquez, antigo governador do estado de Bolívar e ex-candidato presidencial do partido Causa R, diz que se ganhar o seu Governo será por "uma Venezuela digna", que dignificará os venezuelanos, a política e a economia.
Velásquez prometeu criar um fundo de 'royalties' do petróleo para pensões, promover a segurança jurídica para incentivar o investimento e regras económicas claras.
Carlos Prosperi, do partido Ação Democrática, quer eleições gerais ao terceiro ano do mandato presidencial, a libertação dos presos políticos, o fim de processos judiciais contra partidos políticos e a separação dos distintos poderes na Venezuela.
Apoiado pelo partido Unidade Política Popular 89 (UPP89), o empresário César Almeida quer desenvolver as infraestruturas venezuelanas e a economia do país, em particular em áreas como o turismo, o comércio, os setores industrial e agropecuário, e as empresas estatais. E prometeu devolver as empresas expropriadas e avançar com um programa nacional para apoiar a produção de milho, arroz, cana-de-açúcar, entre outros, para garantir o abastecimento local.
César Pérez Vivas, do partido Concertación Ciudadana, quer eliminar a reeleição presidencial indefinida, reduzir de seis para cinco o mandado do Presidente, disciplinar o gasto público, privatizar algumas empresas do Estado e um salário digno para trabalhadores.
Delsa Solórzano, advogada e presidente de Encuentro Cidadão, prometeu que o seu primeiro decreto será para libertar os presos políticos e disse querer uma "transição à democracia" no país e oportunidades de vida para os venezuelanos.
Freddy Superlano, do partido Voluntad Popular, é visto como substituto do ex-líder opositor Juan Guaidó, atualmente nos EUA e que em 2019 jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino da Venezuela até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas.
A advogada e ex-juiz luso-descendente Glória Pinho disse que a Venezuela necessita de uma mudança imediata. Independente, define-se como "do centro" e promete combater a insegurança jurídica e emitir indultos nos casos em que não existam elementos incriminadores.
Luís Balo, médico veterinário, independente, que mudar as estruturas jurídicas, políticas e sociais do país para avançar para uma "Venezuela premium".
A engenheira industrial Maria Corina Machado, do partido Vente Venezuela, quer reconstruir o país, apoiar os investimentos nas infraestruturas públicas e nos serviços de educação e saúde. É vista como favorita.
Roberto Enríquez, politólogo e presidente do partido social-cristão Copei, prometeu unidade e reconciliação nacional e disse que há que convencer, crescer e vencer como alternativa democrática.
A advogada e ativista dos direitos humanos Tamara Adrián, que em 2015 se transformou na primeira mulher transsexual a ser eleita deputada, quer ver dignificada a comunidade LGBTIQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, intersexuais e 'queer') e tem o apoio do Movimento Unidos pela Dignidade.
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