Comissão Europeia rejeita especular sobre eventual morte de Prigozhin
A Comissão Europeia rejeitou hoje especular sobre a alegada morte do líder do grupo russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, após a queda do avião em que eventualmente seguia, adiantando que "quase nada do que sai da Rússia é credível".
© Getty Images/Dursun Aydemir
Mundo Wagner
"Quase nada do que sai da Rússia hoje em dia é credível, por isso sim, vimos as notícias sobre o acidente de avião que, alegadamente, matou o líder do grupo Wagner juntamente com membros da sua comitiva e membros da tripulação, mas tal como tantas outras coisas na Rússia isto é muito difícil para nós de verificar e, por isso, não nos compete comentar", declarou o porta-voz principal para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Peter Stano.
Questionado na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, sobre a posição da União Europeia (UE) relativamente a este incidente, o porta-voz rejeitou "especular sobre possíveis consequências", mas lembrou a "clara influência negativa" do Grupo Wagner, "nomeadamente nos países africanos".
"O Grupo Wagner esteve presente e está presente em vários países do mundo em vários pontos problemáticos. A UE colocou Prigozhin e o Grupo Wagner na lista de sanções pelas violações que cometeram em muitos lugares, começando, claro, pela Ucrânia, Síria, Líbia, países africanos", recordou Peter Stano.
O responsável disse ainda esperar "que este impacto negativo das atividades do Grupo Wagner em todo o mundo cesse", embora ressalvando que "isto não está relacionado" com as recentes notícias.
Yevgeny Prigozhin estaria na lista de passageiros de um avião do grupo russo de mercenários Wagner que caiu na quarta-feira, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, e que levou à morte de todas as 10 pessoas a bordo, segundo as autoridades russas.
Na quarta-feira, a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya) indicou que Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, era um dos passageiros do jato privado que se despenhou a norte de Moscovo, em que todos os ocupantes morreram.
Segundo a mesma fonte, estava também entre os passageiros Dmitry Utkin, um dos fundadores do Grupo Wagner e ex-oficial das forças especiais russas.
Um canal na rede social Telegram próximo do grupo, Grey Zone, publicou que Prigozhin e Utkin morreram "como resultado das ações de traidores da Rússia".
A Rosaviatsiya já havia indicado que na lista de ocupantes do jato estava o nome de Prigozhin e que havia iniciado uma investigação sobre a queda do avião da Embraer, ocorrida na região de Tver.
Os serviços de emergência russos indicaram anteriormente que tinham recuperado oito corpos completamente carbonizados no local do desastre, mas sem obter identidades.
O avião caiu na região de Tver, mais de 100 quilómetros ao norte da capital russa, onde não há aeródromos próximos, quando fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo.
O líder dos mercenários Wagner, de 62 anos, lutou ao lado do exército regular russo na Ucrânia e mantinha operações militares há longo tempo na Síria e em vários países africanos, e protagonizou há dois meses uma rebelião militar fracassada contra as chefias militares de Moscovo, na qual chegou a tomar uma das cidades mais importantes do sul da Rússia, Rostov-no-Don.
Após a mediação do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, Prigozhin concordou em retirar os seus mercenários e transferir a sua base para o território daquela antiga república soviética.
Depois de acusá-lo de traição, o Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu-o no Kremlin.
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