Riade nega massacre de migrantes etíopes na fronteira com Iémen

A Arábia Saudita desmentiu hoje um relatório publicado na segunda-feira pela organização não-governamental Human Rights Watch (HRW), que acusa guardas fronteiriços sauditas de terem matado a tiro centenas de migrantes etíopes na fronteira com o Iémen.

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Lusa
24/08/2023 18:57 ‧ 24/08/2023 por Lusa

Mundo

Arábia Saudita

No desmentido, veiculado pela agência noticiosa oficial saudita SPA, Riade responsabilizou alegados "grupos armados", que não identificou, pela prática destes atos.

Uma fonte oficial anónima citada pela SPA negou a informação contida no relatório da HRW, qualificando-a de "infundada e baseada em fontes não fiáveis", e disse que a publicação foi divulgada no âmbito de "campanhas maliciosas de meios de comunicação social com objetivos e finalidades suspeitos".

A mesma fonte disse que "grupos armados" que alegadamente operam na fronteira entre o Iémen e a Arábia Saudita estão a disparar contra os migrantes que tentam atravessar a divisão, a fim de "empurrá-los para o reino à força", disse a fonte, sem entrar em pormenores.

As autoridades sauditas prestaram os cuidados médicos necessários às vítimas destes tiroteios, em conformidade com o "direito humanitário internacional", salientou a mesma fonte, referindo que até oferecem ajuda humanitária "às pessoas detidas por violarem a segurança da fronteira da Arábia Saudita".

Na passada segunda-feira, a HRW denunciou que os guardas fronteiriços da Arábia Saudita mataram, entre março de 2022 e junho passado, centenas de migrantes da Etiópia na fronteira com o Iémen.

Num comunicado, a ONG defendeu ainda que "os abusos sistemáticos sobre os etíopes [na Arábia Saudita] podem constituir crimes contra a Humanidade".

Cerca de 750 mil etíopes vivem e trabalham na Arábia Saudita e, "embora muitos migrem por razões económicas, outros fugiram devido a graves violações dos direitos humanos na Etiópia, nomeadamente durante o recente e brutal conflito armado no norte do país", salientou a ONG.

Um dia depois da denúncia da HRW, o Governo etíope anunciou uma investigação conjunta das alegações da HRW com a Arábia Saudita.

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