No desmentido, veiculado pela agência noticiosa oficial saudita SPA, Riade responsabilizou alegados "grupos armados", que não identificou, pela prática destes atos.
Uma fonte oficial anónima citada pela SPA negou a informação contida no relatório da HRW, qualificando-a de "infundada e baseada em fontes não fiáveis", e disse que a publicação foi divulgada no âmbito de "campanhas maliciosas de meios de comunicação social com objetivos e finalidades suspeitos".
A mesma fonte disse que "grupos armados" que alegadamente operam na fronteira entre o Iémen e a Arábia Saudita estão a disparar contra os migrantes que tentam atravessar a divisão, a fim de "empurrá-los para o reino à força", disse a fonte, sem entrar em pormenores.
As autoridades sauditas prestaram os cuidados médicos necessários às vítimas destes tiroteios, em conformidade com o "direito humanitário internacional", salientou a mesma fonte, referindo que até oferecem ajuda humanitária "às pessoas detidas por violarem a segurança da fronteira da Arábia Saudita".
Na passada segunda-feira, a HRW denunciou que os guardas fronteiriços da Arábia Saudita mataram, entre março de 2022 e junho passado, centenas de migrantes da Etiópia na fronteira com o Iémen.
Num comunicado, a ONG defendeu ainda que "os abusos sistemáticos sobre os etíopes [na Arábia Saudita] podem constituir crimes contra a Humanidade".
Cerca de 750 mil etíopes vivem e trabalham na Arábia Saudita e, "embora muitos migrem por razões económicas, outros fugiram devido a graves violações dos direitos humanos na Etiópia, nomeadamente durante o recente e brutal conflito armado no norte do país", salientou a ONG.
Um dia depois da denúncia da HRW, o Governo etíope anunciou uma investigação conjunta das alegações da HRW com a Arábia Saudita.
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