Gabão anuncia recolher obrigatório após fecho das urnas eleitorais
O governo do Gabão anunciou hoje o recolher obrigatório e suspendeu o acesso à Internet, após o encerramento das mesas de voto para as eleições nacionais e perante acusações de fraude eleitoral por parte da oposição.
© Scott Ngokila/Afrikimages Agency/Universal Images Group via Getty Images
Mundo Gabão
Para evitar "a propagação de apelos à violência (...) e de informações falsas (...) o governo tomou a decisão de suspender, até novo aviso, o acesso à Internet em toda a extensão do território. Foi decretado e será aplicado a partir deste domingo, 27 de agosto (...) entre as 19:00 e as 06:00", informou o ministro da Comunicação, Rodrigue Mboumba Bissaou, no canal público de televisão.
As medidas foram tornadas públicas poucas horas depois de Albert Ondo Ossa, principal candidato da oposição e principal rival do chefe de Estado, Ali Bongo Ondimba, que procura um terceiro mandato, ter denunciado a existência de uma "fraude orquestrada".
"Tenho perfeita consciência da fraude orquestrada por Ali Bongo e pelos seus apoiantes (...) Tenho até os resultados que estão prestes a ser declarados, nos quais sou vencedor em apenas duas províncias: Woleu-Ntem e Ngounié", denunciou Ondo Ossa, que já anunciou que não aceitará negociações com o Presidente.
Ossa garante mesmo que foi o vencedor das eleições e que, uma vez que chegue ao poder, criará condições para que os membros da família Bongo abandonem o país.
Mais de 846.800 gaboneses foram chamados hoje às urnas para votar nas eleições presidenciais, legislativas e municipais.
As eleições decorreram sem a presença de jornalistas estrangeiros, depois de as autoridades gabonesas terem rejeitado todos os pedidos de acreditação para a cobertura mediática.
Também não foi possível realizar a missão de observação da União Europeia, que esteve presente nas eleições presidenciais de 2016, quando alertou para a ocorrência de anomalias que colocaram em dúvida o resultado final.
Nestas eleições de uma só volta, Ali Bongo, de 64 anos, aspira a um terceiro mandato de cinco anos (permitido pela Constituição), depois de ter chegado ao poder após a morte do seu pai, Omar Bongo, que governava o país desde 1967.
Há 12 candidatos da oposição, incluindo Ondo Ossa, 69 anos, professor de economia na Universidade Omar Bongo em Libreville, candidato presidencial em 2009 e antigo ministro do Ensino Superior e Investigação.
Depois de Ondo Ossa ter sido eleito candidato de consenso para o movimento Alternância 2023, seis outros candidatos presidenciais retiraram as suas candidaturas, mas a imprensa gabonesa confirmou hoje a presença nos boletins de voto dos candidatos retirados em algumas mesas de voto.
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