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Professor saudita condenado à morte por comentários nas redes sociais

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje a pena de morte aplicada a um professor reformado por publicar opiniões políticas nas redes sociais contra o rei e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita.

Professor saudita condenado à morte por comentários nas redes sociais
Notícias ao Minuto

09:14 - 29/08/23 por Lusa

Mundo HRW

A HRW afirmou que o Tribunal Penal Especializado saudita condenou Mohamed al-Ghamdi, um professor reformado de 54 anos, por vários crimes relacionados com a divulgação das suas opiniões na internet e utilizou como "provas" as suas publicações na rede social X (ex-Twitter) e no YouTube.

"A repressão na Arábia Saudita atingiu uma nova fase aterradora, na qual um tribunal pode condenar alguém a pena de morte apenas por fazer publicações pacíficas", disse Joey Shea, investigador para a Arábia Saudita da HRW.

Além disso, garantiu que "as autoridades sauditas intensificaram a sua campanha "contra todas as dissidências a níveis surpreendentes" e que deveriam rejeitar esta "farsa de justiça".

De acordo com documentos judiciais analisados pela ONG, o tribunal condenou Al-Ghamdi à morte ao abrigo da lei antiterrorismo por "retratar o rei ou o príncipe herdeiro de uma forma que prejudica a religião e a justiça", por apoiar uma entidade que prega a ideologia terrorista e pela publicação de "notícias falsas".

As forças de segurança detiveram Al-Ghamdi em 11 de junho de 2022, à porta da sua casa, no bairro de al-Nouriyah, na região de Meca, e um mês depois foi condenado à morte por um tribunal.

O irmão de Al-Ghamdi, Saed bin Naser al-Ghamdi, é um conhecido estudioso islâmico e oponente do Governo que vive exilado no Reino Unido.

Numa postagem na rede social X em 24 de agosto, Saed classificou a condenação de uma "decisão falsa", que visa agredi-lo pessoalmente, após tentativas frustradas de extraditá-lo para a Arábia Saudita.

No mês passado, as autoridades sauditas executaram um cidadão condenado à morte por acusações "relacionadas com o terrorismo" em Meca, elevando para 67 o número de prisioneiros executados no reino árabe este ano, de acordo com o levantamento realizado pela ONG saudita ALQST.

Várias organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional (AI), denunciaram que a taxa de execução na Arábia Saudita quase duplicou desde que o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman chegou ao poder, há sete anos, período durante o qual a pena de morte foi aplicada a mais de mil pessoas.

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