Bruxelas alerta para degradação rápida em Nagorno-Karabakh

O Conselho Europeu alertou hoje que a situação humanitária na região de Nagorno-Karabakh está a "deteriorar-se rapidamente" e apelou a ações concretas do Azerbaijão e da Arménia para salvaguardar a população e diminuir as tensões.

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© KAREN MINASYAN/AFP via Getty Images

Lusa
01/09/2023 13:12 ‧ 01/09/2023 por Lusa

Mundo

Conselho Europeu

Estes dois países do Cáucaso confrontam-se há 30 anos pelo controlo do enclave de Nagorno-Karabakh.

"A situação humanitária está a deteriorar-se rapidamente. São imperativas ações para salvaguardar as necessidades da população", disse o porta-voz do presidente do Conselho Europeu (Charles Michel), em comunicado, depois de contactos entre o líder comunitário e o representante especial da União Europeia (UE) para o sul do Cáucaso, Toivo Klaar, com as autoridades de Baku e Erevan e os representantes arménios de Karabakh.

O presidente do Conselho Europeu apresentou um plano para a permanência do corredor de Lachin -- ponto de acesso a Nagorno-Karabakh a partir da Arménia e que está bloqueado -- e a abertura do caminho de Agdam.

Na ótica da UE, prossegue o comunicado, a abertura destes corredores para transportar produtos para a população é essencial para que o diálogo e as negociações prossigam.

Desde 15 de julho deste ano que o Conselho Europeu está empenhado em reabrir Lachin e criar outro caminho para que as populações não sofram ainda mais com as consequências do conflito naquela região.

"A UE também exortou Baku a demonstrar clareza para com os arménios em Karabakh quanto a procedimentos para que se movimentem entre o corredor de Lachin", refere a mesma nota informativa.

Em paralelo, os 27 do bloco europeu querem que sejam restabelecidos o abastecimento de eletricidade e gás assim que possível.

Charles Michel também quer que as duas partes envolvidas melhorem os esforços de diálogo e concessões para diminuir as tensões e caminhar para o fim deste conflito.

Desde abril que o Azerbaijão bloqueia o corredor de Latchin, a única estrada que liga a Arménia ao enclave de Nagorno-Karabakh.

Contudo, o país afirma que o corredor não está fechado aos civis.

Na quinta-feira, o Azerbaijão denunciou uma "ingerência direta" por parte de França e convocou o embaixador do país, após o envio para o território de uma coluna humanitária, que foi acompanhada por políticos franceses.

Na quarta-feira, uma delegação francesa composta por 15 elementos deslocou-se à fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão para apoiar a tentativa de passagem, sem sucesso, de uma coluna de camiões (carregados com produtos alimentares, geradores elétricos e painéis solares) para o enclave de Nagorno-Karabakh.

As duas ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso enfrentaram-se em duas guerras, no início dos anos 1990 e em 2020, pelo controlo do enclave de Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa cuja população é maioritariamente arménia e que se separou do Azerbaijão há mais de 30 anos.

No final da curta guerra em que, no outono de 2020, o Azerbaijão recuperou territórios dessa região separatista, Baku e Erevan concluíram um cessar-fogo promovido pela Rússia.

As tensões intensificaram-se este ano, quando Baku anunciou, em 23 de abril, ter instalado um primeiro posto de controlo rodoviário à entrada do corredor de Latchin, único eixo que liga a Arménia ao enclave separatista, já submetido a um embargo que causou escassez de bens de primeira necessidade e cortes de energia elétrica.

Leia Também: EUA pedem que Azerbaijão autorize a entrada de ajuda em Nagorno-Karabakh

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