Seul diz que Rússia propôs manobras navais com Coreia do Norte e China
O ministro da Defesa russo propôs a realização de manobras navais conjuntas entre a Rússia, Coreia do Norte e China durante um encontro que manteve em julho com o líder norte-coreano, indicou hoje o chefe dos serviços secretos sul-coreanos.
© Contributor/Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O diretor do Serviço Nacional de Informações (NIS) da Coreia do Sul, Kim Kyou-hyun, transmitiu esta informação durante um encontro à porta fechada com membros do comité parlamentar de Informações, segundo indicou posteriormente, em conferência de imprensa, um deputado do Partido do Poder Popular (conservador), Yoo Sang-bum.
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, visitou a Coreia do Norte entre 25 e 27 de julho para assistir às cerimónias do 70.º aniversário do armistício da Guerra da Coreia (1950-1953).
No decurso da deslocação, o responsável pela tutela da Defesa russa reuniu-se em privado por duas ocasiões com o líder norte-coreano Kim Jong-un, com quem visitou uma exposição de armamento em Pyongyang e assistiu a um desfile militar na capital norte-coreana.
Após o fracasso do processo de diálogo sobre desnuclearização entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, o regime norte-coreano tem redobrado os esforços para uma maior aproximação a Moscovo num período de polarização global agravado pela guerra na Ucrânia e quando Washington procura estabelecer uma frente comum nesta região asiática com Seul e Tóquio.
Numa referência ao lançamento na semana passada de dois mísseis de cruzeiro por Pyongyang, que o regime qualificou de simulacro nuclear tático, o chefe dos serviços secretos sul-coreanos assegurou que apenas um dos engenhos obteve os resultados pretendidos pela Coreia do Norte ao atingir um objeto simulado.
Kim Kyou-hyun também informou os deputados sobre uma alegada ordem de Pyongyang a células ativas no sul da península e "contrárias ao Estado" para que contribuam na promoção dos movimentos de protesto contra o despejo para o oceano Pacífico, ordenado pelo Governo japonês, de água radioativa tratada da central nuclear de Fukushima.
A libertação de água de Fukushima tem suscitado preocupações nos países do Pacífico, provocando protestos na Coreia do Sul e levando a China a restringir a importação de alguns alimentos do Japão.
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