O encontro de 50 minutos decorreu na residência oficial de Modi, um dia antes do início da cimeira do G20 (as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), que decorre em Nova Deli este fim de semana.

Num comunicado, divulgado após o encontro, a Casa Branca (Presidência norte-americana) referiu que os dois líderes se comprometeram na continuação da cooperação em áreas que incluem tecnologia, investigação espacial e defesa, esta última considerada como crucial para Washington pelo facto de a Rússia permanecer tradicionalmente como o principal fornecedor da Índia ao nível dos equipamentos militares.

Na mesma nota, Washington referiu que os dois líderes congratularam-se pelos avanços registados em diversas áreas desde o seu último encontro em junho na Casa Branca, incluindo o início das negociações entre a empresa privada norte-americana General Electric e a estatal indiana Hindustan Aeronautics Limited para produzir aviões de combate no país asiático.

Foram ainda abordados os progressos nas últimas semanas sobre a aquisição pela Índia de 31 sofisticados 'drones' (aparelhos não tripulados) "MQ" de fabrico norte-americano, numa transação avaliada em três mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros).

Os dois dirigentes também se comprometeram a colaborar no desenvolvimento das redes 5G e 6G, e ainda no âmbito da investigação espacial, Inteligência Artificial (IA) e tecnologia quântica.

Na área comercial, Modi e Biden assumiram o compromisso de solucionar uma disputa que mantêm na Organização Mundial do Comércio (OMC), após Nova Deli ter decidido taxar diversos produtos alimentares norte-americanos.

Este acordo "representa uma etapa importante nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a Índia", declarou a representante norte-americana responsável pelo setor do comércio, Catherine Tai, citada no comunicado, sublinhando "a força da parceria bilateral" entre Washington e Nova Deli.

O comunicado final emitido após a reunião inclui 29 pontos, mas sem qualquer referência à guerra na Ucrânia, um dos temas que tem originado maior tensão entre as duas capitais e após o Governo de Modi ter aproveitado o conflito para comprar petróleo russo a preços mais baixos num momento em que o Ocidente reduziu as suas importações.

Kurt Campbell, assessor de Biden para a região da Ásia-Pacífico, assegurou em declarações aos 'media' que a reunião decorreu em atmosfera de "inegável harmonia e confiança".

Na sua perspetiva, uma das principais prioridades da política externa de Biden consiste em fortalecer a relação com a Índia, o país mais populoso do mundo e a quinta maior potência económica, com o maior ritmo de crescimento entre os membros do G20.

Campbell também não esqueceu a importante função da Índia como representante do "Sul Global", e que os Estados Unidos encaram como uma oportunidade para impulsionarem os contactos com os países em desenvolvimento.

Numa referência às relações com a China, o mais importante desafio da política externa norte-americana, os dois líderes sublinharam ainda no comunicado final o seu compromisso com a aliança de segurança conhecida como QUAD, estabelecida em 2007 como contrapeso a Pequim e que inclui (a par dos Estados Unidos e da Índia) a Austrália e o Japão.

Após a sua participação na cimeira do G20, Biden desloca-se ao Vietname.

Leia Também: Von der Leyen quer união do G20 para resolver "desafios globais"