G20. Declaração defende "ações concretas" para enfrentar desafios globais

A cimeira do G20, presidida pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que decorre em Nova Deli, na ausência de Xi Jinping e Vladimir Putin, resultou hoje numa declaração final consensual, comprometendo-se com "ações concretas para enfrentar os desafios globais".

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Lusa
09/09/2023 18:19 ‧ 09/09/2023 por Lusa

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"Encontramo-nos num momento decisivo da história em que as decisões que tomamos agora determinarão o futuro das pessoas e do planeta. É com a filosofia de viver em harmonia com o ecossistema envolvente que nos comprometemos com ações concretas para enfrentar os desafios globais", lê-se na declaração dos líderes do G20.

A cimeira do G20 decorre entre hoje e domingo em Nova Deli, sob o tema "Vasudhaiva Kutumbakam", frase sânscrita encontrada em textos hindus como o Maha Upanishad, que significa "O mundo é uma família".

"A cooperação do G20 é essencial para determinar o rumo que o mundo tomará. Persistem os ventos contrários ao crescimento económico e à estabilidade globais. Anos de desafios e crises em cascata reverteram os ganhos da Agenda 2030 e dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)", refere a declaração.

No documento, os líderes do G20 indicam que "as emissões globais de gases com efeito de estufa continuam a aumentar, com as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, a poluição, a seca, a degradação dos solos e a desertificação, ameaçando vidas e meios de subsistência".

"O aumento dos preços das matérias-primas, incluindo os preços dos alimentos e da energia, está a contribuir para as pressões sobre o custo de vida. Desafios globais como a pobreza e a desigualdade, as alterações climáticas, as pandemias e os conflitos afetam desproporcionalmente as mulheres e as crianças, assim como os mais vulneráveis", sublinha o G20, considerando que juntos têm a oportunidade de construir um futuro melhor.

De acordo com a declaração, transições energéticas justas podem melhorar o emprego e os meios de subsistência e reforçar a resiliência económica.

"Afirmamos que nenhum país deveria ter de escolher entre combater a pobreza e lutar pelo nosso planeta. Procuraremos modelos de desenvolvimento que implementem transições sustentáveis, inclusivas e justas, a nível mundial, sem deixar ninguém para trás", lê-se no documento.

O G20 reúne as 19 economias mais desenvolvidas ou emergentes e a União Europeia.

A União Africana passou a fazer parte do grupo desde hoje, um forte sinal para África e uma vitória diplomática para a Índia, que deverá ser a líder dos países do Sul, não tendo sido ainda mencionada a alteração do nome para G21.

Profundamente dividido sobre o futuro do petróleo, o G20 não apelou à saída dos combustíveis fósseis na sua declaração final, mas apoia, pela primeira vez, o objetivo de triplicar as energias renováveis até 2030, compromisso assumido três meses antes da COP28, a 28.ª conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que se realizará de 30 de novembro a 12 de dezembro, no Dubai.

Nesta cimeira, os Estados Unidos defenderam um ambicioso projeto de "corredor" logístico que ligasse a Índia e a Europa ao Médio Oriente, com um papel de liderança para a Arábia Saudita. Foi assinado um acordo de princípio entre Estados Unidos, Índia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, União Europeia, França, Alemanha e Itália.

No que diz respeito à Ucrânia, a declaração final denunciou o "uso da força" para conquista de territórios, mas não menciona a Rússia.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, abriu a cimeira do G20 atrás de uma placa onde o seu país foi identificado como "Bharat", o sinal mais forte até à data de uma potencial mudança no nome oficial "Índia", herdado do passado colonial. Índia e Bharat são os dois nomes oficiais do país segundo a sua Constituição, cujo artigo 1 começa: "Índia é Bharat".

Leia Também: G20 compromete-se com energias renováveis. E os combustíveis fósseis?

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