Justiça considera que ataque em Nice foi de "natureza terrorista"
A Procuradoria Nacional Antiterrorista francesa pediu que Brahim Aouissaoui, acusado de ter matado com uma faca três pessoas na basílica de Nice (sudeste de França) em outubro de 2020, seja julgado por atos terroristas.
© Marc Fernandes/NurPhoto via Getty Images
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Na acusação final, assinada no passado dia 7 de setembro e consultada pela Agência France Presse (AFP), a Procuradoria salienta o "objetivo determinado e mortífero" do agressor, um tunisino de 24 anos, e a "natureza terrorista dos atos".
Brahim Aouissaoui afirmou durante toda a fase de inquérito que não se lembrava dos factos.
O advogado do suspeito não fez qualquer comentário até ao momento.
A Procuradoria exige que o suspeito seja julgado por homicídio e tentativa de homicídio ligados a um "plano terrorista", acrescentou.
Por outro lado, "as acusações de conspiração para cometer uma infração terrorista com o objetivo de preparar crimes contra a pessoa foram rejeitadas", indicaram os procuradores.
As "investigações minuciosas" efetuadas em França e em Itália, bem como as "iniciativas" efetuadas na Tunísia, não permitiram determinar que o suspeito tivesse sido incitado a praticar o ato ou que tivesse recebido qualquer ajuda para levar a cabo o plano, afirma a acusação.
Brahim Aouissaoui esfaqueou mortalmente Nadine Devillers, uma frequentadora da igreja de 60 anos, uma cidadã franco-brasileira, Simone Barreto Silva, 44 anos, que se tinha refugiado num restaurante antes de morrer, e depois o sacristão Vincent Loquès, de 55 anos.
Segundo as autoridades judiciais, Brahim Aouissaoui empunhou uma faca e gritou "Allah Akbar" ("Deus é Grande") quando se deparou com uma patrulha da polícia municipal na basílica, tendo sido gravemente ferido por uma bala e levado para o hospital.
Este atentado não foi reivindicado pelos grupos jihadistas, que, no entanto, saudaram o ataque.
As investigações estabeleceram que Brahim Aouissaoui consultou publicações "ligadas a grupos terroristas, veiculando o ódio à França, no contexto da crise causada pela publicação de caricaturas do profeta Maomé, em 2020".
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