Na acusação final, assinada no passado dia 7 de setembro e consultada pela Agência France Presse (AFP), a Procuradoria salienta o "objetivo determinado e mortífero" do agressor, um tunisino de 24 anos, e a "natureza terrorista dos atos".
Brahim Aouissaoui afirmou durante toda a fase de inquérito que não se lembrava dos factos.
O advogado do suspeito não fez qualquer comentário até ao momento.
A Procuradoria exige que o suspeito seja julgado por homicídio e tentativa de homicídio ligados a um "plano terrorista", acrescentou.
Por outro lado, "as acusações de conspiração para cometer uma infração terrorista com o objetivo de preparar crimes contra a pessoa foram rejeitadas", indicaram os procuradores.
As "investigações minuciosas" efetuadas em França e em Itália, bem como as "iniciativas" efetuadas na Tunísia, não permitiram determinar que o suspeito tivesse sido incitado a praticar o ato ou que tivesse recebido qualquer ajuda para levar a cabo o plano, afirma a acusação.
Brahim Aouissaoui esfaqueou mortalmente Nadine Devillers, uma frequentadora da igreja de 60 anos, uma cidadã franco-brasileira, Simone Barreto Silva, 44 anos, que se tinha refugiado num restaurante antes de morrer, e depois o sacristão Vincent Loquès, de 55 anos.
Segundo as autoridades judiciais, Brahim Aouissaoui empunhou uma faca e gritou "Allah Akbar" ("Deus é Grande") quando se deparou com uma patrulha da polícia municipal na basílica, tendo sido gravemente ferido por uma bala e levado para o hospital.
Este atentado não foi reivindicado pelos grupos jihadistas, que, no entanto, saudaram o ataque.
As investigações estabeleceram que Brahim Aouissaoui consultou publicações "ligadas a grupos terroristas, veiculando o ódio à França, no contexto da crise causada pela publicação de caricaturas do profeta Maomé, em 2020".
Leia Também: Al-Qaeda ameaça França e Suécia por atitudes que considera islamofóbicas