"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com as ações militares do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh e instam o país a cessar imediatamente tais ações", frisou Blinken, citado pelo Departamento de Estado norte-americano.
O governante manteve esta terça-feira uma conversa telefónica com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, a quem expressou total apoio pela "soberania, independência e integridade territorial da Arménia".
Blinken também falou com o Presidente do Azerbaijão Ilham Aliyev, instando as forças azeri a "cessar imediatamente as ações militares" e "a acalmar a situação".
O Exército do Azerbaijão afirmou ter tomado mais de 60 posições arménias na ofensiva desta terça-feira em Nagorno-Karabakh, região disputada com a Arménia há décadas, enquanto se multiplicam apelos internacionais ao fim dos confrontos armados.
Os separatistas de Nagorno-Karabakh declararam que os combates deixaram pelo menos 27 mortos, incluindo dois civis, e mais de 200 feridos nesta região, onde os cerca de 7.000 residentes de 16 localidades foram retirados.
Pelo seu lado, o Azerbaijão informou que dois civis morreram em áreas sob o seu controlo.
O chefe da diplomacia norte-americana realçou que esta operação pode estar a "piorar a já crítica situação humanitária" na região e a "desperdiçar as possibilidades de paz".
"Como já avisamos o Azerbaijão, o uso da força para resolver disputas é inaceitável e vai contra as tentativas de criar as condições para uma paz justa", sublinhou.
O secretário de Estado norte-americano apontou também a disponibilidade do Presidente azeri para "suspender as ações militares e para que os representantes do Azerbaijão e da população de Nagorno-Karabakh se reunissem".
Em junho, Blinken mediou conversações de paz entre o Azerbaijão e a Arménia que tiveram lugar em Washington sem quaisquer acordos concretos.
As tensões entre a Arménia e o Azerbaijão escalaram esta terça-feira, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, com a França a pedir uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para tomar nota de uma ofensiva "ilegal e injustificável" liderada por Baku.
A reunião de emergência do Conselho de Segurança de Nagorno-Karabakh poderá realizar-se "nos próximos dias", referiram à agência France-Presse (AFP) duas fontes diplomáticas, que apontaram para a possibilidade de decorrer na quinta-feira.
Paris espera obter uma condenação tão unânime quanto possível.
Leia Também: Guterres apela ao fim imediato dos combates em Nagorno-Karabakh