Tribunal russo condena autor de mensagens anti-Putin a 8 anos de prisão
Um tribunal militar russo condenou hoje a oito anos de prisão um homem acusado de publicar mensagens na Internet a denunciar um massacre de Bucha, na Ucrânia, e o Presidente Vladimir Putin.
© Reuters
Mundo Ucrânia
"A sentença é de oito anos de prisão numa colónia prisional regular", disse um porta-voz do Tribunal Militar Central de Ecaterimburgo (Urais), contactado telefonicamente pela agência francesa AFP.
O arguido, Richard Roouz, detido em meados de abril de 2022, foi considerado culpado de "difundir informações falsas" sobre o exército russo e de "apelar na Internet à prática de atos terroristas".
Roouz foi acusado de ter publicado na rede social Instagram um vídeo a denunciar o assassinato de civis em Bucha, nos subúrbios de Kiev, durante a retirada das forças russas na primavera de 2022.
Ao republicar o vídeo, acrescentou uma mensagem a amaldiçoar "os fascistas russos" que disse estarem por detrás do massacre, de acordo com a organização não-governamental (ONG) OVD-Info, que documenta a repressão política na Rússia.
A descoberta de corpos de civis nas ruas e em valas comuns em Bucha levou a uma investigação internacional sobre a ocorrência de um massacre, que a Rússia sempre negou.
Em dezembro de 2022, Roouz foi também acusado de "apelos à prática de atos terroristas" por ter comentado no Instagram que Putin devia ser "fisicamente eliminado" para pôr termo às suas ações, segundo a OVD-Info.
Roouz foi detido na cidade de Kirov, juntamente com a mulher, Maria, que também foi processada por declarações contra a ofensiva russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Maria Rouuz ficou a aguardar julgamento sob vigilância judicial e saiu ilegalmente da Rússia com o filho do casal em dezembro, refugiando-se na Arménia.
Foi detida pela polícia arménia na primavera, depois de ter sido colocada na lista de pessoas procuradas da Rússia.
Detida durante várias horas com o filho, correndo o risco de ser extraditada, acabou por ser libertada e fugiu para a Polónia, segundo a OVD-Info.
Desde a invasão da Ucrânia, a OVD-Info documentou 19.810 detenções na Rússia até 17 de setembro deste ano por posições antiguerra em manifestações, publicações nas redes sociais, exibição de símbolos ou discussões privadas.
As principais figuras da oposição a Putin fugiram da Rússia ou estão presas, como Alexei Navalny e Vladimir Kara-Murza, ambos a cumprir longas penas.
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