A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, estreou-se, durante esta semana, numa Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que decorreu em Nova Iorque, nos Estados Unidos. No entanto, a estreia ficou marcada por acusações de que terá falhado a um encontro organizado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, para ir a uma pizzaria.
O jantar no famoso restaurante Smith & Wollensky, em Manhattan, que contou com a presença da filha de Meloni, Ginevra, devia ter sido confidencial… Até que um jornalista norte-americano o noticiou, conta o jornal italiano Corriere Della Sera.
O gabinete da primeira-ministra justificou a sua ausência na receção organizada pela Casa Branca, na noite de terça-feira, com o facto de Meloni já se ter encontrado pessoalmente com o presidente Joe Biden em diversas ocasiões.
"Não precisou de entrar na fila para ter outra oportunidade para tirar fotos", afirmaram.
No entanto, a justificação não 'caiu bem' a Matteo Renzi, antigo primeiro-ministro e líder do partido de centro Itália Viva (IV), que defendeu, numa conferência de imprensa, que o governo italiano "não brilha por iniciativa política" e que "Meloni deveria estar no encontro com Biden e não numa pizzaria".
"Para desempenhar um papel, tem de o fazer com alianças e não indo à pizzaria", atirou.
Meloni regressou com a filha a Roma na madrugada de quinta-feira, "satisfeita por ter levado à Assembleia Geral das Nações Unidas a questão do apoio a África e da luta contra os traficantes de seres humanos", mas desapontada com as proporções que o jantar tomou.
Segundo os seus assessores, a italiana recusa ser descrita como a chefe de governo que cancela um jantar com Joe Biden para ir a uma pizzaria. "É uma falsidade, o calendário prova-o", explicaram.
Citada pelo Corriere Della Sera, Meloni lamentou ainda que a "má fé" dos políticos que confundem a sua agenda pessoal com a sua agenda institucional.
"Não me podem dizer que não trabalho o suficiente. O jantar dos americanos foi às 19h00 em Nova Iorque e eu fui à pizzaria às 21h00, depois de doze horas de trabalho no Palácio de Cristal, depois de ter saltado um almoço devido às inúmeras reuniões bilaterais e quando a receção a Biden já tinha terminado", justificou, acrescentando que "a política externa não se faz com recepções e oportunidades fotográficas" que "um primeiro-ministro em funções tem o direito de decidir as suas prioridades".
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