Tor Wennesland lembrou que a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 2016, apela a Israel para "parar imediata e completamente todas as atividades de colonatos nos territórios palestinianos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental", defendendo que esses colonatos "não têm validade jurídica e representam uma violação flagrante do Direito Internacional"
O enviado da ONU lembrou que em junho o Governo israelita eliminou a exigência de aprovação ministerial nas fases preliminares do planeamento dos colonatos e delegou-a ao Ministério da Defesa, o que abre caminho para uma maior expansão destes colonatos.
"Continuo profundamente preocupado com a expansão implacável dos colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, com a adição de mais de 10.000 unidades habitacionais neste período de relatório", disse Wennesland, argumentando que "os colonatos reforçam a ocupação e alimentam a violência".
"Apelo ao Governo de Israel para que cesse toda a atividade nos colonatos e os desmantele imediatamente, em conformidade com as suas obrigações ao abrigo do direito internacional", disse Wennesland.
O enviado das Nações Unidas sublinhou que os mais recentes incidentes violentos na Faixa de Gaza "são uma prova da fragilidade da situação e do risco de escalada".
"Não há substituto para um processo político legítimo que resolva os principais problemas que alimentam o conflito", disse Wennesland, que reiterou o seu compromisso em "apoiar palestinianos e israelitas para acabar com a ocupação e resolver o conflito em conformidade com o Direito Internacional".
Wennesland insistiu que o objetivo deve ser concretizar "a visão de dois Estados: Israel e um Estado palestiniano independente, democrático, contíguo, viável e soberano, vivendo lado a lado em paz e segurança, com fronteiras seguras e reconhecida, (...) com Jerusalém como capital partilhada de ambos os Estados".
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