Sergei Skvortsov, que se mudou nos anos 1990 para a Suécia com a mulher, é acusado de utilizar as empresas de importação e exportação de componentes eletrónicos que geria para as suas atividades de espionagem.
O julgamento por "atividades ilegais de espionagem" tem decorrido desde 04 de setembro, maioritariamente à porta fechada, num tribunal de Estocolmo, e a sentença é conhecida em 26 de outubro.
Skvortsov "é um agente responsável pelo fornecimento do complexo militar russo e dos seus serviços de informação, o GRU", afirmou, nas alegações finais, o procurador Henrik Olin.
O arguido declarou-se inocente e insistiu que era um homem de negócios que tinha procurado obter autorizações para exportar o seu equipamento.
Segundo o procurador, as autorizações destinavam-se a "dar-lhe uma aparência de legitimidade", mas o suspeito utilizou nomes falsos de parceiros comerciais, não forneceu informações sobre o equipamento exportado e prestou informações falsas sobre os utilizadores finais.
A pena pedida por Olin foi de "quatro anos e meio a cinco anos" de prisão.
Os investigadores suecos encontraram mensagens de correio eletrónico do Ministério da Defesa russo enviadas a Skvortsov e apreenderam computadores, discos rígidos, dispositivos USB e telemóveis na sua sua casa.
A advogada de Skvortsov, Ulrika Borg, pediu que o seu cliente fosse absolvido, argumentando que a investigação não tinha provado que o cidadão russo-sueco pertencia ao sistema russo.
"Ele testemunhou que era um homem de negócios com muitos contactos em vários domínios, desde os produtos hortícolas até à [agência espacial russa] Roscosmos", afirmou.
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