O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu, esta quinta-feira, para o perigo que a democracia no país corre, nomeadamente, com o ex-presidente, Donald Trump.
"Há algo de perigoso a acontecer agora nos Estados Unidos", referiu durante um discurso no estado do Arizona. "Há um movimento extremista que não partilha as ideias da nossa democracia. O movimento MAGA", rematou, referindo-se ao 'slogan' usado por Trump nas presidenciais que acabaram por lhe dar a vitória, em 2017.
O chefe de Estado norte-americano falou ainda do partido ao qual Trump pertence. "Não há dúvidas de que o Partido Republicano de hoje é impulsionado e intimidado pelos extremistas do MAGA", afirmou, citado pelas publicações internacionais, acrescentando que a "agenda extremista" deste movimento alteraria as instituições do país, "tal como se conhecem".
Note-se que a pouco mais de um ano das eleições nos Estados Unidos, Donald Trump tem uma ligeira vantagem face a Joe Biden, com o atual presidente a receber 49% das intenções de voto e o republicano 50%, segundo uma sondagem da CBS/YouGov.
Estes resultados surgem mesmo depois de Trump ser o primeiro ex-presidente a ser acusado criminalmente - assim como a ter uma foto tirada na prisão.
Trump está ainda 'na mira' da Justiça devido a vários processos, que envolvem não só subornos durante a campanha presidencial, como a retenção de documentos classificados.
No Arizona, Biden apontou o dedo diretamente ao seu antecessor. "Trump diz que a Constituição lhe deu o direito de fazer o que quiser como presidente [...]. Nunca ouvi presidente dizer isso em tom de brincadeira", notou.
Biden recordou ainda as recentes declarações de Trump, que disse que o general Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto, poderia ser executado. Recordando a falta de posicionamento dos republicanos em relação a estas declarações, Biden disse que este silêncio foi "ensurdecedor".
"Devemos lembrar-nos: as democracias não têm de morrer no fim de uma espingarda. Podem morrer quando as pessoas ficam em silêncio, quando falham em intervir", rematou.
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