Prémio Nobel congolês é candidato às eleições de 20 de dezembro

O vencedor do Nobel da Paz em 2018, pelo seu trabalho em prol das mulheres vítimas de violações, Denis Mukwege, anunciou hoje, em Kinshasa, que é candidato às eleições presidenciais de dezembro da República Democrática do Congo.

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Lusa
02/10/2023 16:39 ‧ 02/10/2023 por Lusa

Mundo

Denis Mukwege

"Aceito ser o vosso candidato à presidência da República", anunciou o ginecologista galardoado, de 68 anos, num discurso perante centenas de pessoas numa sala de conferências.

Candidata-se como independente, mas conta já com o apoio da Aliança dos Congoleses para a Refundação da Nação (ACRN), liderada pelo escritor Roger Puati.

"O nosso país está numa situação muito má", afirmou no seu discurso, utilizando palavras muito duras para descrever "a crise" na República Democrática do Congo (RDCongo).

Para Mukwege, não se pode esperar para atuar, pois "amanhã será tarde, hoje é o dia", e por isso afirmou estar "pronto" para fazer parte da mudança e "salvar a pátria".

A formalização da candidatura será terça-feira, quando depositar a documentação necessária junto da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), responsável pela organização das eleições previstas para 20 de dezembro.

Desta forma, junta-se a uma lista já longa de opositores que pretendem enfrentar o chefe de Estado cessante, Félix Tshisekedi, no poder desde janeiro de 2019 e candidato à reeleição.

Este anúncio surge após meses de especulação sobre as intenções de Mukwege, sendo que desde o ano passado que os seus apoiantes, muitos dos quais intelectuais congoleses, o incitavam a entrar na arena política, um terreno em que ainda não se tinha aventurado, apesar de a sua voz ser, desde há muito, crítica em relação aos detentores do poder.

O país vai a votos num ambiente de violência, assolado por confrontos intercomunitários no sudoeste e pela presença de milícias armadas - incluindo o ramo do Estado Islâmico na região - no leste, nomeadamente nas províncias de Ituri e Kivu do Norte, que se encontram em estado de emergência.

Leia Também: Crianças mortas raptadas e violadas atingem níveis recorde na RD Congo

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