Numa carta enviada ao Congresso, citada pela agência norte-americana Associated Press, o responsável pelo orçamento do Pentágono, Michael McCord, disse aos líderes da Câmara dos Representantes (câmara baixa) e do Senado (câmara alta) que restam 1,6 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros) dos 25,9 mil milhões de dólares (cerca de 23 mil milhões de euros) fornecidos inicialmente para reabastecer os 'stocks' militares das Forças Armadas norte-americanas e que têm estado a fluir para a Ucrânia, no apoio à resistência de Kyiv face à invasão russa.
Na missiva, McCord alega que os Estados Unidos da América (EUA) esgotaram completamente o financiamento de longo prazo para Kyiv através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, que fornece dinheiro para contratar futuras armas.
"Já fomos forçados a abrandar a reposição das nossas próprias armas para nos protegermos contra um futuro de financiamento incerto", explicou McCord, acrescentando que esta situação pode vir a "prejudicar a prontidão" das Forças Armadas norte-americanas.
McCord especificou que sem financiamento adicional, os EUA terão de atrasar ou reduzir o fornecimento por exemplo de armas de defesa aérea, munições, 'drones' (aparelhos sem tripulação) ou de equipamentos de demolição que são "críticos e urgentes, enquanto a Rússia se prepara para conduzir uma ofensiva de inverno".
No fim de semana, o Congresso evitou uma paralisação do governo federal ao aprovar uma lei de financiamento de curto prazo, mas a medida deixou de fora a assistência à Ucrânia.
No domingo, o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que, embora a ajuda à Ucrânia esteja por agora garantida, o tempo está a esgotar-se.
"Não podemos, em nenhuma circunstância, permitir que o apoio dos EUA à Ucrânia seja interrompido", disse Biden.
O projeto de lei de financiamento de curto prazo aprovado pelo Congresso dura apenas até meados de novembro e McCord explicou que seria demasiado arriscado para o Departamento de Defesa desviar dinheiro dessa conta de financiamento temporário para pagar mais ajuda à Ucrânia.
Perante tal cenário, a missiva assinada por Michael McCord insta o Congresso a repor o financiamento para a Ucrânia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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