Espanha acolhe duas cimeiras europeias para lançar "bases do futuro"

Espanha acolhe esta semana duas cimeiras consecutivas promovidas pela presidência espanhola do Conselho da União Europeia (UE), com o Governo de Madrid, um executivo de gestão, a querer que os encontros "lancem as bases do futuro" da Europa.

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Lusa
03/10/2023 18:51 ‧ 03/10/2023 por Lusa

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Espanha

A primeira cimeira, na quinta-feira, é da Comunidade Política Europeia e vai contar com a presença de 51 países do continente.

Segue-se, na sexta-feira, uma reunião informal do Conselho Europeu, onde têm assento os chefes de Estado ou de Governo dos 27 países da UE.

Os dois encontros têm como cenário a cidade de Granada, no sul de Espanha, pretendem ser "o grande marco" da presidência espanhola (que decorre durante todo o segundo semestre deste ano) e têm "um fio condutor comum", disseram fontes do Governo de Madrid.

O objetivo é que os debates de Granada entre os líderes europeus lancem as bases do futuro da Europa, "a Europa que se pretende" para a próxima década, segundo as mesmas fontes, que destacaram a proximidade do fim da atual legislatura europeia, com eleições para o Parlamento Europeu em junho de 2024, e a consequente exigência de ser aprovada, até lá, uma nova agenda estratégica da União.

Na reunião da Comunidade Política Europeia estarão 51 países, representados por chefes de Estado e de Governo.

O encontro terá três eixos de debate, em torno dos quais haverá mesas redondas dos líderes presentes, em sessões fechadas à comunicação social.

Esses três eixos são a digitalização e, em especial, os desafios e benefícios da Inteligência Artificial; a energia e o ambiente; e o multilateralismo.

O encontro terminará com uma declaração conjunta aos jornalistas do anfitrião, o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, do anfitrião que se segue, o líder do Governo britânico, Rishi Sunak, e da anterior, a Presidente da Moldova, Maia Sandu.

No dia desta cimeira haverá ainda espaço para reuniões bilaterais, como a que está prevista entre os líderes da Arménia e do Azerbaijão, com o enclave separatista do Nagorno-Karabakh como tema central.

Fontes da presidência espanhola da UE realçaram que tem havido sempre reuniões entre a Arménia e do Azerbaijão nos encontros da Comunidade Política Europeia, que foram dois até agora.

Outra das presenças esperadas em Granada é a da Presidente do Kosovo, país que Espanha não reconhece como Estado independente.

Fontes do Governo espanhol realçaram que o Kosovo faz parte da Comunidade Política Europeia e a sua presença não é contestada, nomeadamente, pela Sérvia.

A confirmar-se a presença de Vjosa Osmani em Granada, será a primeira vez que uma Presidente do Kosovo visita Espanha.

Este será o terceiro encontro da Comunidade Política Europeia, um fórum intergovernamental para debater questões políticas e estratégicas relacionadas com o futuro da Europa criado na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, e de uma ideia lançada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

Quanto ao Conselho Europeu de dia 06, terá o foco no alargamento da UE, como já foi anunciado, assim como na denominada "autonomia estratégica" da União, ou seja, o objetivo de diminuir a dependência da Europa em relação a países como a China ou a Rússia no abastecimento de diversos produtos e matérias-primas.

Os líderes da UE abordarão ainda a questão da imigração, a pedido, sobretudo, da primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, num momento em que o bloco europeu tenta fechar um novo Pacto de Migração e Asilo.

A Ucrânia, como acontece desde fevereiro de 2022, também faz parte da agenda deste Conselho Europeu, com a presidência espanhola a não confirmar nem a desmentir, por questões de segurança, a eventual presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Granada.

Espanha assume este semestre a presidência do Conselho da UE, coincidindo com um momento em que tem um Governo de gestão desde 23 de julho, dia em que foram realizadas eleições legislativas antecipadas.

O Governo do socialista Pedro Sánchez está em funções desde essa data e a primeira tentativa de investir um novo primeiro-ministro fracassou na semana passada, quando os deputados chumbaram a candidatura do líder do Partido Popular (PP, direita), o mais votado nas eleições.

Sánchez foi indicado pelo Rei de Espanha esta terça-feira como novo candidato a primeiro-ministro, não havendo ainda data para sessão parlamentar em que tentará ser investido.

Leia Também: Espanha. Sánchez rejeita referendo na Catalunha mas não nega amnistia

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