"Esta operação está a decorrer no território de Djugu, na província de Ituri, e surge em resposta aos ataques contra civis e à presença de membros da CODECO [Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo] na área", contextualizou o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Stéphane Dujarric na habitual conferência de imprensa diária.
Os ataques terroristas mencionados na República Democrática do Congo (RDCongo), que faz fronteira com Angola, incluem o mais recente, que aconteceu em junho perto do campo de deslocados de Lala, onde cerca de cinquenta pessoas, incluindo crianças, foram massacradas. Este campo "fica a cerca de nove quilómetros a sudeste de Djugu", segundo o porta-voz.
Por isso, as forças de manutenção da paz (mais conhecidos por 'capacetes azuis') na região (MONUSCO) foram enviadas ao local e "dispararam tiros de aviso quando viram membros da CODECO" a aproximarem-se do local, mas acabaram por partir.
Stéphane Dujarric garantiu que as forças de manutenção da paz continuam a patrulhar a área para proteger os civis e dissuadir os grupos armados, incluindo a proteção física de mais de 100.000 homens, mulheres e crianças deslocados através de quatro bases temporárias no território de Djugu.
A CODECO é predominantemente composto por membros da comunidade Lendu. O aumento dos seus ataques nos últimos meses trouxe à memória o conflito entre os Hema e os Lendu, entre 1999 e 2007, sobre os direitos de pastagem e representação política, que resultou em cerca de 50.000 mortes.
O grupo é uma das dezenas de formações armadas que operam no leste da RDCongo, incluindo o ramo do Estado Islâmico na região. A insegurança e a instabilidade contínuas levaram a numerosos protestos nos últimos anos contra a MONUSCO e o Presidente congolês Felix Tshisekedi apelou a uma retirada acelerada dos militares das Nações Unidas.
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