Foi um dos ataques mais mortíferos dos últimos meses, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, referindo-se ao ataque russo, ocorrido esta quinta-feira, que vitimou mais de 50 pessoas, na aldeia de Hroza, em Kharkiv, na Ucrânia.
Após terminarem os trabalhos de busca por sobreviventes, o chefe da administração militar regional de Kharkiv, Oleg Synegubov, confirmou que, no total, 51 pessoas morreram e seis ficaram feridas. Todas as vítimas eram residentes locais.
Um café e uma loja foram atingidos por um míssil russo, numa altura em que dezenas de civis se encontravam no local.
Zelensky, que participou numa cimeira com cerca de 50 líderes europeus em Granada, Espanha, a qual visa angariar apoio para o país em guerra, classificou o ataque como um "crime russo comprovadamente brutal" e "um ato de terrorismo completamente deliberado".
O presidente ucraniano instou os aliados ocidentais a ajudarem a fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia, alegando que "o terror russo tem de ser travado".
"A Rússia faz ataques terroristas como este apenas para uma coisa: fazer da sua agressão genocida a nova norma para todo o mundo", acusou.
Russian missile struck an ordinary grocery store in the Kupiansk district of the Kharkiv region. This was a fully deliberate, demonstrative, and brutal terrorist attack.
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) October 5, 2023
As of now, more than 51 people have been reported dead. My condolences to all those who have lost their loved… pic.twitter.com/yxIW2Xwy35
A comunidade internacional também reagiu e condenou o ataque russo na Ucrânia, considerando-o "cruel", uma "barbaridade", "horrível".
A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska afirmou que o ataque "cruel" em Kharkiv "não faz sentido".
"É difícil acreditar que as pessoas possam fazer tais coisas. Os russos atacaram a aldeia de Hroza, na região de Kharkiv, uma mercearia e um café. Mais de 50 pessoas foram mortas, incluindo uma criança. Outra criança está entre os feridos. Este ataque é cruel e não tem sentido, como a guerra desencadeada pela Federação russa", escreveu numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Hard to believe that people can do such things. Russians attacked Hroza village in Kharkiv region, a grocery store and a cafe. More than 50 people were killed, including a child. Another child is among injured. This attack is cruel and has no sense, like the war unleashed by RF.
— Олена Зеленська (@ZelenskaUA) October 5, 2023
Por sua vez, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, "condena veementemente" o ataque.
"Os ataques contra civis e infraestruturas civis são proibidos pelo direito humanitário internacional e devem parar imediatamente", acrescentou Stéphane Dujarric.
A coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Denise Brown, destacou, através de um comunicado, que as imagens são "absolutamente horríveis".
"Estou chocada com os relatos de um ataque russo que, há pouco tempo, destruiu a aldeia de Hroza, na região de Kharkiv, matando dezenas de civis. As imagens que chegam da localidade onde vivem pouco mais de 300 pessoas são absolutamente horríveis, pode ler-se.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, expressou "solidariedade da Europa" pessoalmente a Zelensky, naquele que considerou "um momento sombrio" para a Ucrânia, conforme relatou numa publicação na rede social X.
A sombre moment in Granada after the brutal attack killing civilians in Kupiansk.
— Roberta Metsola (@EP_President) October 5, 2023
With @ZelenskyyUa, I expressed Europe's solidarity.
As @Europarl_EN votes on €50 billion Ukraine Facility for country's recovery, EU accession talks can start this year once conditions are met. pic.twitter.com/S6VZ54P7pR
Também o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak descreveu o ataque como "horrível" e considerou que o ataque ilustra a "barbaridade" de Vladimir Putin, revela a Sky News.
"O presidente Putin pode dizer o que quiser, há uma pessoa responsável por esta guerra ilegal e não provocada e é ele. E ele deveria parar. É por isso que o Reino Unido tem sido firme no apoio à Ucrânia e continuará a fazê-lo", afirmou Sunak, em declarações aos jornalistas.
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