EUA pedem ao Conselho da ONU para condenar "fortemente" ataques
Os Estados Unidos da América (EUA) pediram hoje a todos os membros do Conselho de Segurança da ONU, que irá reunir-se de emergência, para condenarem "fortemente" a ofensiva do grupo palestiniano do Hamas contra Israel.
© ED JONES/AFP via Getty Images
Mundo Israel
"Esperamos que todos os membros do Conselho condenem veementemente o que aconteceu" em Israel, disse o vice-embaixador dos EUA, Robert Wood, à comunicação social pouco antes do início da reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU.
"Esperamos ouvir de outros membros do Conselho uma forte condenação destes hediondos atos terroristas cometidos contra o povo israelita e o seu Governo", acrescentou Wood, observando que não se tratava nesta fase de uma questão de "declaração" do Conselho.
Segundo fontes diplomáticas, citados pela agência France-Presse, os membros do Conselho de Segurança estão a considerar emitir uma declaração conjunta, mas as discussões são difíceis.
O embaixador chinês, Zhang Jun, disse que a China é "a favor" de uma declaração do Conselho.
"Condenamos todos os ataques contra civis", declarou o diplomata chinês, mas ao mesmo tempo insistiu na necessidade de um regresso a um processo de paz para alcançar uma solução de dois Estados.
Israel declarou oficialmente estar em guerra com o Hamas no domingo, após a ofensiva sem precedentes lançada na véspera pelo movimento islâmico palestiniano a partir da Faixa de Gaza, cujo número de mortos (no total dos dois lados) subiu para mais de mil.
Israel tem "uma e apenas uma exigência" para o Conselho de Segurança da ONU, disse o embaixador israelita junto da organização, Gilad Erdan: "Os crimes de guerra do Hamas devem ser inequivocamente condenados, estas atrocidades inimagináveis devem ser condenadas".
E acrescentou que "Israel deve receber apoio inabalável para se defender".
"Lamentavelmente, para alguns meios de comunicação e políticos, a história só começa quando os israelitas são mortos", respondeu o embaixador palestiniano junto da ONU, Riyad Mansour, que representa a Autoridade Palestiniana e não o Hamas.
"Nunca aceitaremos uma retórica que denigre a nossa humanidade e negue os nossos direitos, uma retórica que ignore a ocupação das nossas terras e a opressão do nosso povo", acrescentou Mansour.
Para o diplomata palestiniano a mensagem é clara: "Agora não é o momento de deixar Israel persistir nas suas escolhas terríveis. Chegou a hora de dizer a Israel para mudar de rumo e que existe um caminho para a paz em que nem palestinianos nem israelitas sejam mortos".
O Conselho de Segurança da ONU, regularmente dividido sobre esta questão, denunciou os colonatos israelitas nos territórios palestinianos em janeiro passado, considerando que colocavam em risco a solução de dois Estados.
Esta foi a primeira decisão do Conselho de Segurança sobre esta questão em seis anos.
Em dezembro de 2016, pela primeira vez desde 1979, o Conselho de Segurança da ONU apelou a Israel para que acabasse com a colonização nos territórios palestinianos.
O grupo islâmico palestiniano Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos EUA e pela União Europeia (UE).
O confronto armado prossegue hoje, com numerosos foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza e bombardeamentos israelitas contra centenas de alvos do Hamas no enclave palestiniano.
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