"É preciso ser eficaz, é preciso defender algo", disse Burns, durante um fórum virtual organizado pelo Comité Nacional para as Relações EUA - China, com sede em Nova Iorque.
O diplomata questionou se a China pode ser um "verdadeiro mediador", uma vez que Pequim "muitas vezes parece distanciar-se dos conflitos", enquanto os "EUA praticam há décadas uma diplomacia prática na região".
"A China não parece estar a tentar mediar ativamente entre a Ucrânia e a Rússia", disse Burns, acrescentando que "foi uma má escolha para Pequim declarar uma relação de amizade sem limites com Moscovo", algo que "a distanciou da Europa e aproximou os países do Indo-Pacífico dos EUA".
A primeira reação da China aos inesperados ataques realizados pela organização extremista islâmica Hamas em território israelita, no sábado passado, foi uma manifestação de "profunda preocupação" com a nova guerra e um apelo às partes envolvidas para que "ponham imediatamente fim às hostilidades".
Pequim defendeu que o "prolongado impasse no processo de paz é insustentável".
Na segunda-feira, a porta-voz Mao Ning condenou os ataques contra civis e apelou a "negociações", depois de declarar que a China é "amiga tanto da Palestina como de Israel".
O enviado especial do governo chinês para o Médio Oriente, Zhai Jun, também sublinhou que a prioridade é "alcançar um cessar-fogo imediato" entre israelitas e palestinianos.
Ele defendeu que a comunidade internacional deve "fornecer apoio humanitário ao povo palestiniano", após os bombardeamentos israelitas em Gaza, em resposta ao ataque do passado sábado.
O responsável manifestou o apoio de Pequim à solução de "dois Estados" e à adesão plena do país muçulmano às Nações Unidas.
"O conflito israelo-palestiniano continua a desenrolar-se num ciclo, mas o problema é o atraso na resolução da questão palestiniana de forma justa", afirmou.
Leia Também: Vários especialistas independentes da ONU condenaram Hamas e israelitas