Segundo a guarda marítima espanhola, até ao meio-dia, tinham sido levados três barcos resgatados para Lanzarote, dois para El Hierro, um para Gran Canária e outro para La Gomera, embora este último tenha sido depois desviado para o porto de Los Cristianos (Tenerife).
Já à tarde, um último foi resgatado pela polícia marítima, um 'cayuco' (um barco mais pequeno que uma canoa, com apenas um remo) com 53 pessoas de origem subsaariana a bordo, entre as quais três crianças (uma ainda bebé), que foram desembarcadas em Arrecife, Lanzarote.
O número de migrantes irregulares que chegaram este ano às ilhas Canárias, em Espanha, já ultrapassou os 20.000, tendo sido registado um pico particularmente intenso desde que começou o mês de outubro, somando 25% do total do ano.
A dois meses e meio do final do ano, as chegadas de migrantes às Canárias já ultrapassaram o total de todo o ano de 2022 (15.862) e estão próximas dos dados dos anos de 2020 e 2021, que foram mais intensos, com 23.271 e 22.316 migrantes a entrar no arquipélago espanhol, respetivamente.
Em maio, El Hierro recebeu apenas nove migrantes, mas a entrada incessante de canoas com refugiados naquele porto de La Restinga durante o verão, sobretudo na segunda quinzena de setembro, tornou a ilha na mais procurada por migrantes este ano, cenário que acontece pela primeira vez desde a chamada "crise dos cayucos" em 2006, quando a Rota das Canárias atingiu o seu máximo (31.678 pessoas).
Nos últimos anos, a rota migratória para as Canárias tem sido particularmente movimentada devido ao reforço dos controlos no Mediterrâneo e os naufrágios são frequentes.
A rota da África Ocidental, que atravessa o oceano Atlântico e a costa oeste de África até às Canárias, é conhecida por ser extremamente perigosa, por causa das fortes correntes marítimas.
As organizações não-governamentais (ONG) relatam regularmente naufrágios mortais - cujo número não oficial de vítimas, segundo adiantam, ascende a dezenas ou mesmo centenas de pessoas - em águas marroquinas, espanholas ou internacionais.
Mesmo com tais perigos, esta rota tem atraído cada vez mais migrantes, sobretudo provenientes de países da África subsaariana, que desejam chegar ao território europeu, a grande maioria a bordo de embarcações muito precárias e sobrelotadas.
Espanha, a par da Grécia, Itália, Malta ou Chipre, é um dos países da "linha da frente" ao nível das chegadas de migrantes irregulares à Europa.
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