"Precisamos que o Congresso aja. O presidente deixou claro que apresentará ao Congresso um pacote de ajuda à Ucrânia e apoio contínuo a Israel", afirmou Jake Sullivan numa entrevista à rede norte-americana CBS.
Quando questionado se o pacote de ajuda seria de 2 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros), como relataram alguns meios de comunicação locais, Sullivan respondeu: "O valor será significativamente superior a isso".
No Congresso dos Estados Unidos há um amplo apoio bipartidário para fornecer a Israel toda a ajuda militar de que necessita, como prometeu o Presidente democrata Joe Biden após o ataque de 07 de outubro do movimento islamita Hamas, que levou a uma espiral de violência com milhares de vítimas.
No entanto, o Partido Republicano está dividido quanto à ajuda a Kiev.
A maioria dos republicanos no Senado, especialmente o seu líder, Mitch McConnell, é a favor de continuar a apoiar a Ucrânia contra a Rússia. Mas alguns republicanos da Câmara Baixa, onde os legisladores alinhados com o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) têm mais poder, opõem-se a esta ideia.
O próprio Trump afirma que não deve ser dada mais ajuda à Ucrânia e afirmou em diversas ocasiões que a Europa deveria ser o principal fornecedor de ajuda.
O Governo Biden quer aproveitar o facto de haver apoio de ambas as partes à ajuda a Israel para ligá-lo à assistência à Ucrânia e superar os obstáculos que encontrou até agora na Câmara Baixa.
Sullivan anunciou, na entrevista à CBS, que o governo tem conversações agendadas com o Congresso esta semana para apoiar ambos os países.
No entanto, há um obstáculo à aprovação de qualquer ajuda que é a falta de um presidente da Câmara dos Representantes, depois de a fação mais radical do Partido Republicano ter afastado Kevin McCarthy, a 03 de outubro.
O ultraconservador Jim Jordan, representante de Ohio e fundador do chamado "Freedom Caucus", semelhante a Trump, foi nomeado na sexta-feira para ocupar o cargo de presidente da Câmara Baixa.
A votação para eleger o presidente da Câmara Baixa está marcada para terça-feira, por volta das 12:00 locais (16:00 GMT), conforme informou hoje a "número dois" dos democratas naquela câmara, Katherine Clark.
Enquanto a Câmara Baixa decide o seu rumo, o Senado pode ser o primeiro a aprovar um projeto de lei de ajuda à Ucrânia e a Israel, segundo o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, que chefia uma delegação do Congresso que visita Telavive para mostrar apoio a Israel.
"Não estamos esperando pela Câmara. Acreditamos que se o Senado agir de forma bipartidária, as chances de a Câmara agir, mesmo com sua atual disfunção, podem melhorar", afirmou Schumer.
Os Estados Unidos são o maior aliado de Israel e têm sido o país que mais ajuda lhe forneceu desde a Segunda Guerra Mundial, tendo aprovado mais de 4,4 mil milhões de dólares em assistência no ano fiscal de 2023, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso (CRS).
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