Rishi Sunak enfrenta novo teste em duas eleições parlamentares parciais

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, enfrenta outro teste nas duas eleições parlamentares parciais de quinta-feira, as quais os Conservadores arriscam perder para os partidos da oposição, diminuindo a esperança de permanecer no poder.

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Lusa
18/10/2023 13:09 ‧ 18/10/2023 por Lusa

Mundo

Reino Unido

A eleição em Mid-Bedfordshire, a 80 quilómetros a norte de Londres, realiza-se na sequência da demissão da antiga ministra da Cultura Nadine Dorries, apoiante do ex-primeiro-ministro Boris Johnson, que foi forçado a demitir-se após uma sucessão de escândalos.

Também na quinta-feira disputa-se a eleição para substituir Chris Pincher, antigo deputado de Tamworth, distrito próximo de Birmingham, que foi destituído na sequência de agressões sexuais a dois homens num clube privado londrino, um caso que também contribuiu para a queda do executivo de Boris Johnson.

"As eleições parciais podem ser um importante barómetro do estado de espírito político atual. Se os Trabalhistas ou os 'Lib Dems' [Liberais Democratas] conseguirem ganhar terreno em Tamworth ou em Mid-Bedfordshire, poderão utilizar este facto como prova de que os eleitores estão insatisfeitos com o atual Governo conservador", afirmou à Agência Lusa a professora em Ciência Política na Universidade de York, Anna Sanders.

Parte das atenções estão no círculo eleitoral de Mid-Bedfordshire, conquistado por Nadine Dorries com uma grande maioria de 60% dos votos em 2019 e um bastião 'Tory' (Partido Conservador) desde 1931.

Uma vitória dos Trabalhistas consistiria na maior transferência de votos dos Conservadores desde 1945 e "um marco eleitoral" na aproximação às legislativas, previstas para 2024, referiu Sanders. 

Os Liberais Democratas, o segundo maior partido da oposição em Inglaterra, também estão a apostar na conquista deste assento, procurando maximizar os bons resultados nas eleições locais de maio.

Simbolicamente, a eleição em Tamworth, no centro de Inglaterra, é mais importante porque situa-se na chamada "Red Wall" ("Muro Vermelho"), nome pelo qual são conhecidas as regiões no norte e centro de Inglaterra onde os Trabalhistas perderam eleitores tradicionais para os Conservadores nas legislativas de 2019.

"Tamworth é um assento que os Trabalhistas vão querer muito ganhar, uma vez que o ocuparam quando estiveram no poder pela última vez (1997-2010). Para recuperar o poder, os Trabalhistas precisam de melhorar significativamente a sua posição nas 'Midlands'. Mas a dimensão da maioria faz com que seja uma tarefa difícil. Mid-Bedfordshire seria um bónus", disse o professor na universidade de Leeds, Richard Hayton, também em declarações à Lusa.

Um sucesso nas duas eleições daria novo ímpeto ao 'Labour' (Partido Trabalhista) de Keir Starmer, que há vários meses mantém uma vantagem de cerca de 20 pontos percentuais nas sondagens relativamente aos 'tories'.

Se os Conservadores segurarem os dois lugares, Rishi Sunak poderá manter a esperança de "limitar as baixas dos Conservadores no próximo ano" e, eventualmente, "sobreviver no poder", acrescentou Hayton.

Nas mesmas declarações à Lusa, Anna Sanders considerou que potenciais triunfos dos Conservadores devem ser encarados com cautela em termos de popularidade a nível nacional porque o partido tem uma base forte em Tamworth e em Mid-Bedfordshire que lhe garantiu maiorias confortáveis na última década.

Um cenário possível é que registem uma grande redução dos votos, mas ainda assim consigam manter ambos os assentos. 

"Em vez de olharmos para o partido que ganhou, temos de prestar especial atenção ao "swing", a percentagem de eleitores que mudam de um partido para outro", vincou a académica.

Em Mid-Bedfordshire, os Trabalhistas precisam de uma oscilação de 19,1 pontos percentuais e os 'Lib Dems' de 23,6 pontos. Em Tamworth, os Trabalhistas precisam de uma transferência de 21,4 pontos percentuais.

"Estas oscilações podem acontecer, como aconteceu nas eleições parciais de Somerton e Frome e de Selby e Ainsty em julho, mas são raras", afirmou.

Uma nova eleição parlamentar parcial deverá acontecer nos próximos meses se o deputado Conservador Peter Bone for suspenso por intimidação e má conduta sexual perante um assessor.

As próximas eleições legislativas podem realizar-se até 28 de janeiro de 2025, mas a maioria dos analistas preveem que o ato eleitoral se realize no próximo ano, eventualmente em maio ou, mais provavelmente, em outubro ou novembro. 

Leia Também: Primeiro-ministro do Reino Unido vai visitar Israel (ainda esta semana)

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