O primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, desloca-se hoje ao Médio Oriente para se encontrar com o homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, e depois com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, anunciaram as autoridades neerlandesas.
Rutte vai pedir a Netanyahu moderação na intervenção militar na Faixa de Gaza e um corredor humanitário sustentável, segundo a agência espanhola EFE.
O primeiro-ministro interino já transmitiu a Netanyahu no domingo à noite, numa conversa telefónica, que "a trágica situação em Gaza exige pausas humanitárias para permitir que a tão necessária ajuda chegue aos civis inocentes".
Também defendeu a necessidade de "um corredor humanitário sustentável para a ajuda e bens essenciais como alimentos, água e combustível".
Na sequência de um ataque do grupo islamita Hamas em 07 de outubro, que matou 1.400 pessoas em Israel, Telavive está a levar a cabo um intenso bombardeamento de Gaza desde então, com um saldo de cerca de 4.700 mortos.
Israel também impôs um cerco à Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, cortou o fornecimento de eletricidade e água, e o acesso a bens essenciais, incluindo o combustível necessário para os geradores.
A tragédia provocada pelo intenso bloqueio e bombardeamento causou comoção internacional e levou países que inicialmente se referiram apenas ao direito de defesa de Israel a exigir proporcionalidade e respeito pelo direito humanitário.
"A autodefesa está indissociavelmente ligada à proporcionalidade e deve ser coerente com o direito humanitário da guerra", disse Rutte antes da deslocação a Telavive e a Ramallah, na Cisjordânia.
Para Rutte, "Israel deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que os civis sejam vítimas da luta contra o Hamas".
"A escalada regional também deve ser evitada a todo o custo. Tudo isto exige contenção por parte de Israel no uso da força", acrescentou.
Entre as vítimas civis em Gaza encontra-se uma cidadã neerlandesa de 33 anos que estava retida no território palestiniano com a família.
Rutte apelou no domingo a Netanyahu para que "ajude a esclarecer as circunstâncias" desta morte.
Defendeu que, "em última análise, o único caminho a seguir é a paz duradoura e a segurança para israelitas e palestinianos" e que "a solução de dois Estados é mais necessária do que nunca".
Admitiu, no entanto, que o plano dos dois Estados é "difícil de imaginar agora", dadas as atuais circunstâncias da guerra entre o Hamas e Israel.
Nos últimos dias, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o Presidente norte-americano, Joe Biden, entre outros, visitaram Israel.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, deve visitar Netanyahu na terça-feira.
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