A filha de Yocheved Lifshitz, a idosa israelita de 85 anos que, na segunda-feira, foi libertada pelo Hamas - juntamente com Nurit Yitzhak, de 79 anos -, assegurou que a mãe está "bem" e pretende "dar informações" para ajudar a libertar as cerca de 200 pessoas que continuam reféns do grupo islâmico.
"As enfermeiras disseram que é muito perspicaz e tem muita vontade de dar informações às famílias dos outros reféns com quem estava", disse Sharone Lifshitz, em declarações à BBC.
A filha de Yocheved apontou estar "sem palavras" com os acontecimentos do último dia, tendo ressalvado que ver a mãe novamente "foi incrível".
"Está toda a gente muito cansada. Passou por muito. […] Dar-lhe a mão, beijar-lhe a face, a bochecha… Estou muito orgulhosa dela, é maravilhosa", acrescentou.
Sharone não se mostrou surpreendida com as imagens que mostravam a mãe a segurar a mão de um dos captores durante alguns segundos, uma vez que "ela é assim".
"Estou muito ansiosa por passar tempo de qualidade com ela. [Mas] ainda há mais de 200 pessoas reféns e não podemos focar-nos só na nossa própria felicidade. [Temos de] trabalhar para que todos sejam libertados", disse, dando conta que Yocheved estava "com pessoas que conheceu a vida toda, crianças e netos de amigos".
Nessa linha, a mulher considerou que a libertação da mãe foi "um raio de luz, mas há uma grande escuridão, com a guerra ainda a decorrer".
As israelitas foram libertadas esta segunda-feira devido a "razões médicas e humanitárias". O paradeiro dos maridos é ainda desconhecido.
Notícias ao Minuto | 22:28 - 23/10/2023
"Não sei se a minha mãe sabe sobre a casa, que ficou tudo destruído. Há tanta coisa, mas vou esperar que acorde, dar-lhe um beijinho e ver como é que a posso ajudar. […] Não temos um plano, penso que nenhuma família tem um plano para o que aconteceu. […] Estamos a viver um dia de cada vez", apontou.
Isto porque o pai de Sharone, que estava "muito envolvido" na campanha pelos direitos dos palestinianos, ainda está desaparecido.
"Espero que esteja a ser bem tratado e tenha a oportunidade de falar. Fala bem árabe, por isso pode comunicar com as pessoas que lá estejam. [...] A minha mãe disse que estavam a ser bem tratados e que estava lá um médico, o que dá muito consolo a toda a gente", referiu.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE). Na passada quarta-feira, Netanyahu acordou com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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