"A instalação do monumento a Estaline foi uma iniciativa do gabinete regional do Partido Comunista Russo. O local foi escolhido porque, no tempo da União Soviética, a estátua de Estaline esteve nesse local" até 1956, informou o gabinete de imprensa do governo regional de Kirov.
O evento, segundo a imprensa local, contou com a presença do bisneto de Estaline, Selim Bensaad, e de familiares do fundador da Cheka, organismo precursor do KGB, Felix Dzerzhinsky.
O Ministério do Interior de Kirov "recomendou vivamente à administração da localidade de Orlov que procedesse a uma consulta entre os cidadãos sobre a instalação do monumento, uma vez que nem todos apoiam esta iniciativa", refere o comunicado oficial, noticiado pela RIA Novosti.
O portal na internet Podiom afirma que o presidente da câmara de Orlov deu "luz verde" ao evento contra o conselho das autoridades regionais, que o avisaram de que "decisões autoritárias" que afetam "os interesses de milhares de pessoas" são inaceitáveis.
Os cidadãos locais e as organizações que promovem a reabilitação das pessoas que sofreram represálias durante a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas apresentaram uma queixa ao Ministério Público.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou hoje durante a sua conferência de imprensa telefónica diária que a inauguração de monumentos é uma "prerrogativa" das autoridades locais.
Não obstante as denúncias relativas à reabilitação de Estaline, foram erigidos este ano monumentos no Museu de Estalinegrado em Volgogrado e numa fábrica na região de Pskov, com a participação de um papa ortodoxo, e um busto num memorial dedicado às vítimas da repressão soviética na região de Tver.
No total, segundo a imprensa local, existem 110 memoriais a Estaline em toda a Rússia, 95 dos quais foram erguidos desde a chegada ao poder do Presidente russo Vladimir Putin, em 2000, uma tendência que tem vindo a aumentar desde a anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014.
Para além disso, as autoridades branquearam o papel histórico de Estaline - que liderou a URSS de 1922 até à sua morte em 1953 - nos novos manuais de história para os dois últimos anos do ensino secundário.
Bensaad, que defende que Estaline não foi um "ditador sangrento", escreveu, no final de 2022, uma carta ao Presidente russo Vladimir Putin para reabilitar o seu bisavô.
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