"Saúdo Robert Fico por se ter tornado primeiro-ministro da Eslováquia. Aguardo com expectativa a oportunidade de trabalhar em conjunto no Conselho Europeu para benefício mútuo do povo eslovaco e da União Europeia", escreveu Charles Michel na rede social X (anterior Twitter).
A mensagem surge um dia antes de Robert Fico participar na sua primeira cimeira europeia, em Bruxelas, neste seu regresso ao executivo eslovaco.
Também através do X, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou Fico, vincando que a UE necessita de "uma Eslováquia forte, em especial para apoiar a Ucrânia, construir uma economia europeia competitiva com uma base industrial sólida e reforçar a segurança europeia".
Congratulations to Robert Fico on becoming the Prime Minister of Slovakia.
— Charles Michel (@CharlesMichel) October 25, 2023
I look forward to working together with you at the European Council #EUCO for the mutual benefit of the Slovakian people and the European Union.
A Presidente da Eslováquia empossou hoje um novo Governo liderado pelo ex-primeiro-ministro populista conservador Robert Fico, que deverá seguir uma política externa nacionalista, prometendo acabar com a ajuda militar à Ucrânia para repelir a invasão russa.
Robert Fico volta ao cargo de primeiro-ministro pela quarta vez, depois de o seu partido Smer (Direção-Democracia Social) ter vencido as eleições parlamentares em 30 de setembro.
O partido conquistou 42 assentos no parlamento de 150 assentos no seguimento de uma campanha pró-Rússia e antiamericana.
Fico formou uma maioria parlamentar ao assinar um acordo de governo de coligação com o partido esquerdista Hlas (Voz) e o ultranacionalista Partido Nacional Eslovaco.
O Hlas, liderado pelo ex-vice de Fico no Governo, Peter Pellegrini, alcançou 27 mandatos.
Pellegrini substituiu Fico na chefia do Governo quando o então primeiro-ministro se demitiu na sequência de grandes protestos de rua resultantes do assassínio em 2018 do jornalista Jan Kuciak, que investigava as relações do crime organizado com o poder, e da sua noiva.
O reencontro de Fico e Pellegrini foi fundamental para a criação do novo governo. O terceiro parceiro, o Partido Nacional Eslovaco, assumidamente pró-Rússia, conquistou 10 assentos na legislatura.
A vitória de Fico pode marcar uma reviravolta significativa na política externa do país e prejudicar uma unidade frágil na UE e na NATO.
O novo chefe do Governo terá a primeira oportunidade de apresentar os seus pontos de vista numa cimeira de dois dias dos líderes da UE em Bruxelas, que começa na quinta-feira.
A Eslováquia, um país de 5,5 milhões de habitantes, tem sido até agora um firme apoiante da Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro do ano passado, fornecendo armas e abrindo as suas fronteiras aos refugiados ucranianos.
Fico prometeu seguir uma política externa soberana, opondo-se às sanções da UE à Rússia e questionando se a Ucrânia pode vencer a guerra e aderir à NATO.
Em vez de armas para Kiev, o novo líder propõe que a UE e os Estados Unidos usem a sua influência para forçar a Rússia e a Ucrânia a chegarem a um acordo de paz.
O primeiro-ministro hoje empossado já repetiu as afirmações do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que o Governo ucraniano dirige um "estado nazi" do qual os russos étnicos no leste do país precisavam de proteção.
O novo executivo ainda não divulgou o seu programa político, mas Fico sugeriu que incluirá uma postura dura contra a imigração e as organizações não-governamentais que recebem financiamento do exterior.
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