Natalia Pinchuk disse à AP que as autoridades prisionais endureceram as condições de detenção de Bialiatski, 61 anos, que cumpre uma pena de dez anos apesar da sua doença crónica.
"De facto, é uma prisão dentro da prisão", disse. Acrescentou ainda que as autoridades prisionais estão a impedir Bialiatski de se encontrar com o seu advogado na sequência da sua transferência por alegadas violações disciplinares.
Bialiatski, um destacado advogado de direitos humanos e um dos vencedores do prémio Nobel da Paz 2022 foi condenado em março, juntamente com três colegas, sob a acusação de financiamento de ações destinadas a perturbar a ordem pública e contrabando, e que negou.
Cumpre a sua sentença numa colónia prisional na cidade de Gorki. Este estabelecimento é conhecido pelas duras condições de detenção, incluindo registo de espancamento de detidos.
"A colónia prisional de Gorki possui a reputação de punir com um cinto os presos políticos", disse Pinchuk, que se pronunciou por telefone a partir de Estrasburgo, onde participou numa conferência do Conselho da Europa. "As autoridades na Bielorrússia prosseguem uma brutal repressão, demonstrando que podem submeter qualquer pessoa a condições de tortura independentemente do prémio Nobel".
As detenções de Bialiatski e colegas surgiram como resposta aos protestos massivos na sequência das eleições presidenciais de 2020, que implicaram a reeleição do Presidente Alexander Lukashenko, no poder desde 1994.
Bialiatski partilhou o Nobel 2022 com o grupo de direitos humanos russo Memorial, e com o Centro ucraniano para as liberdades civis. Fundou o Centro Viasna de direitos humanos, o mais importante grupo bielorrusso que atua nesta área.
Um representante do Viasna, Pavel Sapelka, disse à AP que o envio de Bialiatski para confinamento solitário poderá envolver restrições nas deslocações ao pátio, nas refeições e na quantidade de alimentação fornecida.
Sapelka disse a Bielorrússia conta atualmente com 1.462 presos políticos.
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