O advogado de Bannon defendeu que o seu cliente não ignorou a intimação, mas estava a tentar evitar entrar em conflito com as objeções de privilégio executivo levantadas por Trump.
"Bannon agiu da única maneira que o seu advogado entendeu que lhe foi permitido comportar-se", sublinhou o advogado David Schoen, acrescentando que Bannon foi injustamente impedido de apresentar esse argumento no julgamento.
Os procuradores, porém, disseram que o ex-conselheiro de Trump não se mantinha em funções na Casa Branca durante o período que antecedeu 06 de janeiro de 2021 e recusou-se a cooperar com o comité para determinar se havia perguntas que pudesse responder.
"Bannon optou deliberadamente por não cumprir de forma alguma a intimação legal do Congresso", sublinhou a procuradora Elizabeth Danello.
O Tribunal de Apelações dos EUA para o distrito de Columbia aceitou o recurso.
Bannon, de 69 anos, foi condenado em julho por duas acusações de desacato ao Congresso e posteriormente sentenciado em agosto a quatro meses de prisão.
Um segundo assessor de Trump, o conselheiro comercial Peter Navarro, também foi condenado por desrespeito ao Congresso em setembro e também prometeu recorrer.
O painel da Câmara dos Representantes procurou obter o seu testemunho sobre os esforços de Trump para anular as eleições presidenciais de 2020.
Este comité concluiu o seu trabalho em janeiro, após um relatório final que dizia que Trump se envolveu criminalmente numa "conspiração multifacetada" para anular os resultados legais das eleições de 2020 e não agiu para impedir que uma multidão de seus apoiantes desmobilizasse, o que resultou no ataque ao Capitólio.
Bannon também deverá ser julgado em maio por acusações separadas de lavagem de dinheiro, fraude e conspiração em Nova Iorque, relacionadas com a campanha "We Build the Wall", processo em que se declarou inocente.
Neste caso, é acusado de prometer falsamente às pessoas que todas as doações seriam destinadas à construção de um muro ao longo da fronteira entre os EUA e o México.
Em vez disso, os procuradores alegam que o dinheiro foi utilizado para enriquecer Bannon e outros envolvidos no projeto lançado por Donald Trump durante a sua presidência.
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