Pichagens em sedes do PSOE juntam-se a manifestações contra amnistia
Fachadas de sedes do partido socialista de Espanha (PSOE) em várias cidades foram pichadas com palavras como "traidores" na última noite, após o acordo para a amnistia de independentistas catalães com a formação do antigo presidente regional Carles Puidemont.
© Fernando Sanchez/Europa Press via Getty Images
Mundo Espanha/Governo
O PSOE disse hoje que fachadas de sedes do partido em várias cidades de Espanha e em Bruxelas foram vandalizadas durante a madrugada.
As imediações das sedes do PSOE por todo o país têm também sido o local de manifestações diárias com milhares de pessoas, convocadas para o início da noite nas redes sociais, em protesto contra os acordos com os independentistas catalães.
O último acordo foi fechado na quinta-feira com o Juntos pela Catalunha (JxCat), de Carles Puigdemont, protagonista da tentativa de autodeterminação da região em 2017 e que vive na Bélgica desde então para fugir à justiça espanhola.
As manifestações em frente das sedes do PSOE têm reunido milhares de pessoas diariamente e, em Madrid, três delas já acabaram com distúrbios, cargas policiais, várias pessoas detidas e outras feridas.
Na noite passada, segundo as autoridades, houve 8.000 pessoas na concentração de Madrid, convocada para a frente da sede nacional do PSOE, e terminou cm 24 detidos e sete polícias feridos sem gravidade.
As manifestações têm sido convocadas nas redes sociais por grupos de extrema-direita e têm tido o apoio do Vox, também da direita radical e a terceira maior força atualmente no parlamento espanhol.
Segundo a polícia os distúrbios e cargas policiais deveram-se a grupos radicais e violentos que se infiltraram entre a maioria de manifestantes pacíficos.
As intervenções policiais têm ocorrido no final das concentrações, quando a maioria dos manifestantes já abandonou o local e quando os grupos que permanecem começam a atirar objetos à polícia e a forçar as barreiras e cordões policiais.
Além das concentrações diárias em frente da sede nacional do PSOE em Madrid, na terça-feira, um grupo de mais de 500 pessoas deslocou-se também para as imediações do parlamento espanhol e cortou a Gran Vía, uma das principais artérias do centro da capital espanhola. Após alguns minutos perto do parlamento, que a polícia já tinha protegido, o grupo regressou à concentração em frente da sede do PSOE.
O PSOE suspendeu a atividade nas sedes do partido no período da tarde por causa da possibilidade de concentrações violentas em frente dos edifícios.
Além do PSOE, dirigentes de outros partidos, incluindo o Partido Popular (PP, a maior força atualmente no parlamento espanhol), condenaram as manifestações violentas nas imediações das sedes dos socialistas.
Já o líder do Vox, Santiago Abascal, que esteve nas concentrações de Madrid de segunda e quinta-feira, disse que o Governo ordenou cargas policiais perante manifestações pacíficas e legais e pediu à polícia para "não cumprir ordens ilegais caso se voltem a repetir".
Abascal prometeu também "resistência civil longa" aos acordos dos socialistas com independentistas catalães.
Na sequência das eleições espanholas de 23 de julho, o PSOE fechou acordos com partidos nacionalistas e independentistas catalães, bascos e galegos que incluem uma amnistia para independentistas da Catalunha condenados ou com processos relacionados com a tentativa de autodeterminação da região.
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