O fenómeno climático El Niño está a amplificar a estação das chuvas na região, afetando em particular a Somália, a Etiópia e o Quénia.
"Chuvas incessantes nos condados do norte do Quénia e na capital Nairobi causaram inundações generalizadas, deslocando cerca de 36.000 pessoas e matando 46 desde o início da estação das chuvas, há menos de um mês", declarou a Save the Children em comunicado, acrescentando que 32 pessoas também morreram na Somália e outras 33 na Etiópia.
A organização não-governamental britânica apelou também à comunidade internacional para que tome medidas em resposta às "deslocações maciças" nos três países.
O Corno de África é uma das regiões mais vulneráveis às alterações climáticas, sendo atingida cada vez mais frequentemente por fenómenos meteorológicos, com uma intensidade crescente.
Desde o final de 2020, a Somália e partes da Etiópia e do Quénia têm sido atingidas pela pior seca dos últimos 40 anos na região.
Prevê-se que o El Niño, geralmente associado ao aumento das temperaturas, a secas em algumas partes do mundo e a chuvas fortes noutras, se mantenha até abril.
O fenómeno meteorológico já causou estragos na África Oriental.
Entre outubro de 1997 e janeiro de 1998, inundações gigantescas na sequência de chuvas torrenciais causadas pelo El Niño mataram mais de 6.000 pessoas em cinco países da região.
No final de 2019, pelo menos 265 pessoas tinham morrido e dezenas de milhares tinham sido deslocadas durante dois meses de chuvas incessantes em vários países da África Oriental (Burundi, Djibuti, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda).
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