Hamas diz que retirou cerca de 100 doentes do hospital indonésio em Gaza

Cerca de uma centena de doentes foram hoje retirados do hospital indonésio de Gaza, bombardeado esta manhã por Israel, operação feita em conjunto com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), anunciou o Ministério da Saúde do Hamas.

Notícia

© MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images

Lusa
20/11/2023 22:01 ‧ 20/11/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Ainda há 500 pacientes no hospital e estamos a trabalhar com o CICV para os levar para o hospital Nasser, em Khan Younes", no sul da Faixa de Gaza, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde do grupo islamita, Ashraf al-Qidreh.

"Outros 100 pacientes serão retirados durante a noite e depois distribuídos por diferentes hospitais no sul", acrescentou.

De acordo com a mesma fonte, o ataque ao hospital indonésio, localizado perto de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, matou pelo menos 12 pessoas e causou numerosos feridos.

As forças israelitas atacaram vários hospitais nas últimas semanas, argumentando que militantes do Hamas se escondiam nessas instalações, embora o mais relevante tenha sido o cerco ao hospital al-Shifa na última semana, o maior da Faixa de Gaza.

Israel alegou que o Hamas tinha o seu principal centro de comando na cave daquele hospital e no domingo apresentou provas que alegadamente apoiam essa tese, mostrando 55 metros de um túnel subterrâneo fortificado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também alertou hoje que a situação hospitalar em Gaza é "catastrófica", com a maioria dos hospitais fora de funcionamento.

"Temos agora 1,7 milhões de pessoas deslocadas, por isso temos o dobro ou o triplo da população (no sul de Gaza) a utilizar um terço das camas hospitalares em menos de um terço dos hospitais disponíveis", disse o diretor executivo do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, Michael Ryan, num 'briefing' realizado na sede da ONU, em Nova Iorque, no qual participou por videoconferência a partir de Genebra.

"Mesmo que amanhã de manhã tivéssemos um cessar-fogo, ainda teríamos um enorme problema nas mãos", acrescentou.

Ryan disse que os serviços de saúde na Faixa de Gaza já não são capazes de prestar cuidados a casos médicos mais complexos -- incluindo à maioria dos pacientes com cancro e em diálise renal -- e provavelmente ficarão sobrecarregados com cerca de 5.500 nascimentos esperados no próximo mês.

O movimento islamita Hamas lançou, em 07 de outubro, um ataque surpresa contra Israel, fazendo mais de 1.200 mortos e 240 reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

A ONU indicou que mais de dois terços dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra, tendo a maior parte fugido para sul.

Leia Também: Biden acredita que acordo para libertar reféns israelitas está para breve

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