As buscas, que não levaram a nenhuma detenção, foram efetuadas no âmbito de uma jornada de luta contra o antissemitismo, com o objetivo de mostrar "claramente" que o incitamento ao ódio contra os judeus "não é um delito menor" e "dissuadir potenciais agitadores", explicou o ministro do Interior da Baviera, Joachim Hermann.
Os suspeitos, duas mulheres e quinze homens com idades compreendidas entre os 18 e os 62 anos, são suspeitos de divulgarem conteúdos antissemitas na Internet.
Nesse sentido, as autoridades locais decidiram abrir um inquérito por "incitamento ao ódio, aprovação de atos criminosos e utilização de símbolos contrários à Constituição" na Internet e nas redes sociais, segundo a Polícia Judiciária e o Ministério Público de Munique.
Com sede em Munique e Nuremberga, atuaram sobretudo num grupo de discussão do WhatsApp numa turma escolar, em que se publicaram frases como "gasear os judeus" e "[os] filhos dos judeus [não merecem mais do que] ser massacrados e exterminados".
A polícia apreendeu telemóveis e computadores, cuja análise poderá permitir "encontrar novas pistas de investigação sobre outros autores de atos (antissemitas)", disse o ministro.
A Alemanha, que elevou a segurança de Israel e dos judeus à categoria de "Estado", devido à sua responsabilidade alemã no Holocausto, reforçou as medidas de controlo e de fiscalização em torno dos edifícios e associações judaicas na sequência do ataque de 07 de outubro do Hamas em solo israelita, que fez 1.200 mortos, na sua maioria civis, segundo as autoridades locais.
Os bombardeamentos incessantes de retaliação de Israel mataram mais de 13.300 pessoas na Faixa de Gaza, mais uma vez na sua maioria civis, segundo o Hamas.
Tal como no resto da Europa, a Alemanha assistiu a um aumento dos crimes antissemitas ou relacionados com o início da guerra, que vão desde o incitamento ao ódio e às agressões, nomeadamente durante os confrontos entre manifestantes pró-palestinianos e a polícia, até aos danos materiais.
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