A trégua de quatro dias entrou em vigor às 07h00 de hoje (05h00 em Lisboa) após mais de um mês e meio de guerra, como parte de um acordo para libertar 50 reféns em troca de 150 prisioneiros palestinianos.
"Esperamos que seja prolongada para a entrega de mais reféns e prisioneiros (...) e também para a entrega de mais ajuda", disse Al-Sisi ao lado dos primeiros-ministros espanhol, Pedro Sánchez, e belga, Alexander de Croo, no Cairo.
"Precisamos de ajuda suficiente para abastecer 2,3 milhões de pessoas que precisam de tudo, água, alimentos, medicamentos, por causa do cerco imposto [por Israel] desde 07 de outubro", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
Sánchez e de Croo iniciaram na quinta-feira uma visita de dois dias a Israel, à Palestina e ao Egito para mostrar uma frente europeia unida e tentar contribuir com soluções para a paz no Médio Oriente.
O líder egípcio disse que está a falar com a comunidade internacional porque é "importante que entre ajuda suficiente" em Gaza, sob fogo de Israel desde o ataque do Hamas em solo israelita em 07 de outubro.
"Digo com humildade que o Egito enviou quase 70 ou 75 por cento da ajuda, apesar da nossa situação económica", disse Al-Sisi, referindo-se à grave crise económica que afeta o país do Norte de África.
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas permitirá também a entrega de ajuda humanitária no enclave palestiniano, que já começou a entrar em Gaza pela fronteira egípcia de Rafah.
Al-Sisi também apelou à comunidade internacional para que reconheça o Estado da Palestina, a fim de reavivar um processo político baseado na solução de dois Estados para pôr fim ao conflito israelo-palestiniano.
"É necessário adotar uma posição diferente, que passe pelo reconhecimento do Estado palestiniano pela comunidade internacional e pela sua entrada nas Nações Unidas, onde é membro observador desde novembro de 2012", disse.
Al-Sisi insistiu que ao avançar nessa direção, a comunidade internacional estará a mostrar seriedade num processo de paz na região.
"A nossa região sofre, de três em três ou de quatro em quatro anos, uma crise como esta e há muitas vítimas. Se assim for, poderemos falar em ressuscitar a ideia de dois Estados", defendeu.
O Presidente egípcio disse que a solução dos dois Estados "é uma ideia que tem sido discutida há 30 anos, sem chegar a qualquer resultado".
Admitiu mesmo a possibilidade do envio de forças "da NATO ou de países árabes" como parte de uma solução.
"Não importa. O objetivo é conseguir segurança para o Estado palestiniano e para o Estado israelita", afirmou.
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