Na sexta-feira, Pequim anunciou que os cidadãos de cinco países europeus -- Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos -- irão beneficiar de isenção de visto para estadias de até 15 dias na China.
"A Câmara Europeia saúda este anúncio e espera que mais nações europeias sejam em breve adicionadas a esta lista", afirmou o órgão num comunicado.
De acordo com a Câmara, é "positivo" que as autoridades chinesas tomem "medidas que visam facilitar o intercâmbio entre as pessoas".
"Isso é algo palpável e, no longo prazo, também aumenta a confiança empresarial", afirmou a associação comercial.
Para além dos cinco países europeus, a China decidiu também alargar a isenção de vistos à Malásia, "numa base experimental", disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, na sexta-feira, em conferência de imprensa.
A nova medida vai vigorar entre 01 de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024.
"Os titulares de passaportes ordinários dos países acima referidos que se desloquem à China por motivos de negócio, turismo, visitas a familiares e amigos, e em trânsito por um período não superior a 15 dias, vão ser autorizados a entrar na China sem visto", acrescentou a porta-voz.
Mao Ning disse que a medida visa "facilitar" os intercâmbios internacionais entre pessoas e permitir "uma abertura de alto nível ao mundo exterior".
Estes países juntam-se ao Japão, Brunei e Singapura na lista das nações que gozam de isenção de visto para estadias de 15 dias na China.
A decisão surge quase um ano após Pequim ter abdicado da política de 'zero casos' de covid-19, que levou o número de ligações aéreas ao país a cair para 2%, face ao período anterior à pandemia.
Apesar do aumento dos voos com o exterior, dados regionais mostram que o número de visitantes estrangeiros continua muito aquém do nível de 2019. A China não publica estatísticas oficiais sobre o turismo a nível nacional desde 2021.
Xangai, um dos principais destinos turísticos do país, recebeu cerca de 756 mil visitantes estrangeiros no primeiro semestre do ano, o que corresponde a 22% do número de visitas registado em 2019.
Em Pequim, guias turísticos ouvidos pela Lusa estimaram que o número de estrangeiros a visitar a cidade ronda também os 20%, face a 2019.
Especialistas citados pela imprensa chinesa culparam a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião.
A China tomou outras medidas este ano para impulsionar o número de visitas ao país. As carteiras digitais WeChat Pay e Alipay anunciaram, em julho passado, que os seus sistemas de pagamento estão disponíveis para utilizadores estrangeiros que visitam o país.
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