A vida de Tatiana Beatriz, nascida no Peru, em 1998, era um pesadelo há já vários anos.
A mulher, que vivia em Madrid, Espanha, com a filha Anita, de cinco anos, e o marido, era alvo de agressões por parte do companheiro e terão sido várias as visitas à esquadra da polícia para denunciar o homem que, na segunda-feira, a matou a ela é à filha.
Jhoel Antonio Salvatierra Altuna, completou 26 anos, este mês. Matou as duas mulheres e tentou suicidar-se em seguida, mas sem sucesso, estando hospitalizado sob custódia policial.
A cronologia desta tragédia começa a 14 de setembro de 2020, quando viviam na Vía Lusitana, em Carabanchel, escreve o ABC. Tatiana dirigiu-se à esquadra da polícia de Torrejón de Ardoz e contou aos agentes que o marido a tinha agredido. O facto tinha ocorrido a 6 de setembro, oito dias antes, mas ela não o tinha denunciado porque o seu próprio pai a aconselhou a não o fazer.
Nesse mesmo dia, os agentes efetuaram uma avaliação e qualificaram Tatiana Beatriz como "vítima de alto risco e de especial relevância" e foi-lhe imposta uma proteção especial pelo Tribunal de Instrução nº. 4 da cidade de Torrejón, que, no entanto, durou apenas um mês e meio.
Isto porque, a 30 de outubro, durante um julgamento rápido realizado no Tribunal de Violência contra as Mulheres, em Madrid, o tribunal levantou estas medidas cautelares por não haver provas das alegações, ignorando o facto de a mulher ter tido receio de apresentar a queixa.
Note-se que a própria terá admitido que hesitou em apresentar queixa por receio que o companheiro regressasse ao Peru com a filha de ambos.
A 1 de dezembro de 2021, o tribunal retirava qualquer queixa contra o homem, uma vez que apesar de admitir ter discutido com a mulher, negava ter-lhe provocado lesões. Tatiana, por sua vez, acabaria por afirmar que não se lembrava de se ter magoado - apesar de dados médicos indicarem que tinha uma contratura nas costas e um hematoma num braço - e que apenas se recordava de terem tido duma discussão por questões financeiras.
O homem saía assim como inocente... até à meia noite e meia desta segunda-feira, quando entrou no apartamento onde Tatiana e Anita viviam. Degolou a filha e perseguiu a mulher, que se tentou esconder na garagem do prédio onde o seu corpo viria ser encontrado sem vida por um vizinho.
O pai e avô das vítimas afirma que "o genro perdeu a cabeça".
Já Jhoel tentou retirar a sua própria vida, mas sem sucesso. Estará internado em estado muito grave.
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