"A União Europeia tem um interesse estratégico em desenvolver uma relação benéfica com a Turquia, no sentido de manter um contexto seguro e estável no Mediterrâneo Oriental", afirmou Josep Borrell, em conferência de imprensa, que decorre em Bruxelas.
Borrell, que fazia um ponto de situação sobre as relações políticas e económicas com aquele país, vincou que a Turquia é "um parceiro extremamente importante" para a União Europeia.
A primeira avaliação de Bruxelas sobre as relações com a Turquia ocorreu na primavera de 2021, durante um "período atribulado" nas relações entre a UE e o país.
"Assistimos a uma atitude construtiva por parte da Turquia em relação a alguns temas, mas há questões em aberto que temos que resolver, como a questão [de migração] no Chipre, que é extremamente importante", ressalvou.
O alto representante da Política Externa lembrou que a UE quer reforçar a sua segurança e, neste âmbito, Bruxelas está interessada em desenvolver uma "parceria benéfica" entre as duas partes.
A Turquia é candidata à adesão à UE, um processo que se encontra "num empasse", notou Borrell, esclarecendo que o novo relatório sobre as relações com aquele país não vai interferir no processo.
Bruxelas quer que as relações com a Turquia avancem de forma "irreversível, faseada e proporcionada", passos que dependem das condicionalidades estipuladas pelo Conselho Europeu, em 2021.
"Reafirmamos a nossa determinação em defender os interesses da UE e dos Estados-membros, bem como em assegurar a estabilidade regional [...]. Trata-se de garantir um contexto seguro e estável no mediterrâneo oriental", sublinhou.
Neste âmbito, é assim necessário resolver a questão das migrações no Chipre e "manter uma boa vizinhança com a Grécia".
A UE quer também que a Turquia resolva um conjunto de questões comerciais "que estão a suscitar problemas" e que coopere em matéria de sanções contra a Rússia.
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